Em meio ao escândalo recente envolvendo bebidas alcoólicas adulteradas com metanol, outro problema tem chamado a atenção de autoridades e consumidores. Sim, estamos falando da falsificação de mel no Brasil.
Investigações apontam que muitos produtos vendidos como “100% naturais” escondem misturas perigosas. Elas vão de amido de milho a corantes e substâncias potencialmente cancerígenas.
A prática, que aliás leva o apelido “máfia do mel”, não apenas coloca a saúde em risco. Afinal, é uma verdadeira ameaça a reputação de produtores sérios do setor.
Quais substâncias são usadas no mel falsificado?
O mel adulterado costuma ser diluído com:
- Melado de açúcar e glicose industrial
- Amido de milho
- Corantes artificiais
- Produtos químicos de difícil rastreio
Esses aditivos reduzem o custo de produção, mas podem causar sérios danos à saúde.
Especialistas alertam que alguns deles possuem compostos relacionados a câncer e doenças crônicas.
Impactos para produtores e consumidores
Os apicultores sérios relatam prejuízos crescentes. Além da concorrência desleal, marcas autênticas sofrem falsificação direta: criminosos chegam a copiar rótulos antigos e usá-los em frascos adulterados.
Essa prática compromete a confiança do consumidor e ameaça toda a cadeia de produção.
Para os consumidores, o risco vai além do dinheiro desperdiçado. Ao consumir mel adulterado, a população ingere substâncias sem controle de origem, com efeitos tóxicos a longo prazo.
Como identificar o mel verdadeiro?
Um teste caseiro simples pode ajudar a levantar suspeitas:
- Coloque uma colher de mel em um recipiente.
- Adicione um pouco de água.
- Pingue algumas gotas de tintura de iodo.
Se a mistura escurecer, então, é sinal de que pode conter amido ou açúcares adicionados. Apesar disso, especialistas reforçam que apenas exames laboratoriais podem confirmar com precisão a autenticidade.
Fiscalização ainda insuficiente
Grande parte dos frascos adulterados está circulando em feiras e comércios sem registro oficial.
A fiscalização, contudo, ainda não consegue acompanhar a dimensão do problema. Autoridades, inclusive, discutem formas de ampliar o monitoramento e criar campanhas educativas para orientar os consumidores.
Enquanto isso, a recomendação é clara: priorizar mel com selo de inspeção, de apicultores conhecidos ou de marcas certificadas.