VITóRIA DA CONQUISTA, BA — A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) abriu as inscrições para o vestibular utilizando a nota do ENEM. Essa nova medida visa ampliar o acesso à universidade, refletindo um compromisso com a inclusão e a diversidade. Além disso, a Unicamp implementou cotas para pessoas trans, destacando-se como uma instituição pioneira na democratização do ensino superior.

pessoas trans – confira as novidades!
(Imagem: Geração/FDR)
A partir de agora, candidatos podem utilizar suas pontuações no ENEM ao se inscreverem no vestibular Unicamp. Esse modelo de seleção oferece maior flexibilidade e se ajusta às distintas necessidades dos estudantes. As cotas para pessoas trans sinalizam um avanço significativo no reconhecimento e suporte à diversidade de gênero.
Como funciona o vestibular com Nota do ENEM na Unicamp?
São 425 vagas ao todo, divididas entre quatro categorias:
- Candidatos que tenham cursado integralmente o ensino médio em escola pública (ou que tenham obtido a certificação do ensino médio pelo Enem até o ano de 2016 ou a partir de 2025 ou exames oficiais);
- Pessoas candidatas que tenham cursado integralmente o ensino médio em escola pública e sejam autodeclaradas pretas, pardas ou indígenas;
- Pessoas candidatas optantes por cotas para Pessoa com Deficiência (PCDs);
- Pessoas candidatas optantes por cotas trans, travestis ou não binárias.
Porém, pessoas que tenham estudado em escola da rede particular, mesmo que com bolsa não podem concorrer.
Assim a Unicamp permite que candidatos usem seus resultados do ENEM para ingresso na universidade.
Cotas para pessoas trans: Um passo à frente
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É necessário fazer a autodeclaração de identidade de gênero, conforme o artigo 14-K da Deliberação CONSU-A-032/2017.
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O candidato deve preencher o campo específico sobre identidade de gênero no formulário de inscrição.
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É obrigatório anexar um relato de vida, conforme modelo disponível no Manual do Enem 2026.
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O relato deve descrever a trajetória de transição de gênero e o processo de afirmação da identidade, incluindo experiências de:
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Transexualidade
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Transgeneridade
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Travestilidade
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Transmasculinidade
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Não binaridade
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A análise do relato será feita por uma Comissão de Verificação da Comvest, composta por:
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Um(a) docente (presidente)
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Um(a) estudante
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Um(a) funcionário(a)
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Representante da Comissão de Gênero e Sexualidade da DEDH
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Pelo menos uma pessoa trans, travesti ou não-binária
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O resultado preliminar da análise será divulgado na área logada do(a) candidato(a), na página da Comvest, no dia 24 de novembro de 2025.
- Ação afirmativa voltada à comunidade trans
- Reconhecimento e apoio às diversidades de gênero
- Expansão das políticas inclusivas na Unicamp
Com essas cotas, a Unicamp destaca-se ao refletir um compromisso profundo com a equidade e justiça social. Assim, a expectativa é que mais instituições sigam esse exemplo e promovam a inclusividade de forma exemplar.
Os intressados podem se inscrever pelo site da Comvest; com taxa de R$ 45.
Além disso, uma iniciativa semelhante pode ser vista no vestibular em São Paulo, no qual a maioria dos ingressantes são de escolas públicas.