Selic a 15% trava crédito e o consumo: entenda o que muda

O Banco Central manteve a taxa Selic em 15% na última reunião do Copom.

Esse nível, o mais alto em quase duas décadas, deve permanecer por mais tempo.

Para o consumidor, o efeito é imediato: crédito mais caro, consumo retraído e, em contrapartida, renda fixa em alta.

Por que o BC segurou a Selic em 15%?

O Banco Central justificou a manutenção pela inflação ainda acima da meta.

Mesmo com sinais de desaceleração nos preços, a autoridade monetária prefere cautela.

Analistas, contudo, afirmam que cortes devem vir apenas em 2026, dependendo dos próximos indicadores econômicos.

Como isso afeta seu bolso?

  • Empréstimos e financiamentos: taxas seguem elevadas em imóveis, rotativo e crédito pessoal.
  • Consumo: famílias adiam compras a prazo, priorizando gastos básicos.
  • Investimentos: CDBs, LCIs e Tesouro Selic entregam retornos atrativos e com baixo risco.

Além disso, empresas enfrentam dificuldades para expandir ou contratar crédito, o que pode reduzir geração de empregos.

O que esperar das próximas semanas?

O mercado acompanha os dados do IPCA de setembro. Se a inflação continuar cedendo, pode crescer a pressão por cortes antecipados.

No entanto, a mensagem do Copom foi clara: juros altos por mais tempo, forçando brasileiros a reorganizar o orçamento.

Para quem investe pensando em aposentadoria ou grandes objetivos, o cenário de juros altos exige cautela.

Isso porque, a renda fixa oferece segurança, mas, no longo prazo, pode perder atratividade se a Selic cair em 2026.

Já a Bolsa tende a sofrer, pois empresas reduzem investimentos e lucros.

Mesmo assim, setores ligados a commodities e exportações seguem como alternativas de diversificação.

Uma família em casa revendo as contas após ajuste da Taxa Selic a 15%
Taxa Selic ─ Imagem: Geração/FDR

Fundos imobiliários (FIIs), por exemplo, sentem a pressão da taxa básica.

O custo do crédito encarece projetos e diminui a atratividade imediata. Porém, investidores mais pacientes enxergam oportunidade de entrada a preços mais baixos.

O que muda na vida do consumidor comum?

A principal consequência está no planejamento financeiro das famílias.

Cartões de crédito e cheque especial, já caros, ficam ainda menos viáveis como solução emergencial.

Por isso, se torna mais importante renegociar dívidas, priorizar a quitação de juros altos e manter uma reserva de emergência.

Além disso, a desaceleração do consumo impacta o mercado de trabalho. Menor demanda pode frear contratações, principalmente no varejo.

Dessa forma, o ciclo de juros altos atinge tanto quem compra quanto quem depende da atividade econômica para garantir renda.

Moysés BatistaMoysés Batista
Moysés é Bacharel em Letras pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Além de ter entregue mais de 10 mil artigos em SEO nos últimos anos, tem se especializado na produção de conteúdo sobre benefícios sociais, crédito e notícias nacionais.