Banco do século XVII aposta em inteligência artificial no sistema financeiro

Bank of England, criado em 1694, mostra que mesmo um banco central do século XVII pode estar na vanguarda das transformações atuais.

O governador Andrew Bailey destacou que a inteligência artificial (IA) será fundamental nos próximos anos. Principalmente, para detectar riscos no sistema financeiro.

Isso pode ser muito efetivo para evitar que sinais de falhas ou fraudes passem despercebidos pelos reguladores.

Por que a IA é central para os reguladores?

Segundo Bailey, os reguladores já coletam enormes volumes de dados, mas não os exploram plenamente.

Isso gera um paradoxo: a informação crucial para evitar crises financeiras pode estar “no prédio”, mas não ser usada a tempo.

A aplicação de IA e ciência de dados promete mudar esse cenário.

Com algoritmos capazes de identificar padrões, os supervisores teriam melhores condições de detectar a chamada “smoking gun”. Ou seja, evidências de irregularidades ou riscos ocultos que poderiam abalar instituições financeiras.

Há riscos do relaxamento regulatório?

O governador também criticou propostas de afrouxar a regulação sob o argumento de que as regras são um peso para os bancos.

Para Bailey, reduzir exigências pode estimular comportamentos de risco e comprometer a estabilidade econômica.

Em sua visão, a tecnologia deve servir para reforçar a supervisão, e não para justificar cortes regulatórios.

Bank of England e sobre a imagem é possível ver elementos que representam a IA, tecnologia e conectividade
Bank of England ─ Imagem: Geração/FDR

Investimento em banco de dados e inovação

Para que a estratégia funcione, Bailey defende investimentos pesados em capacidades de dados, metodologias de análise e ferramentas de IA.

Só assim os reguladores conseguirão acompanhar o ritmo acelerado da inovação financeira, que envolve desde criptomoedas até novas formas de crédito digital.

A fala do líder do Bank of England reforça a percepção de que mesmo instituições históricas precisam se reinventar.

Com mais de três séculos de existência, o banco central britânico mostra que tradição e inovação podem caminhar juntas na busca por estabilidade financeira.

O Bank of England nasceu no século XVII para financiar guerras, mas hoje se volta para desafios que nem seus fundadores poderiam imaginar.

A aposta na inteligência artificial como ferramenta regulatória mostra que a luta contra riscos sistêmicos exige adaptação constante. O recado de Andrew Bailey é claro: em um mundo cada vez mais digital, ignorar a tecnologia não é uma opção.

Moysés BatistaMoysés Batista
Moysés é Bacharel em Letras pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Além de ter entregue mais de 10 mil artigos em SEO nos últimos anos, tem se especializado na produção de conteúdo sobre benefícios sociais, crédito e notícias nacionais.