Nubank quer ser o primeiro banco do Brasil a integrar stablecoins em cartões de crédito

O Nubank anunciou que está em fase de estudos para se tornar o primeiro banco do Brasil a integrar stablecoins em cartões de crédito.

A ideia foi confirmada por Roberto Campos Neto, vice-chairman da instituição e ex-presidente do Banco Central, durante o evento Meridian 2025.

Segundo ele, o banco digital pretende iniciar testes com stablecoins atreladas ao dólar, permitindo que clientes realizem pagamentos de forma prática e rápida.

Essa iniciativa pode aproximar ainda mais o sistema financeiro tradicional do universo das criptomoedas.

Como funcionaria a iniciativa do Nubank?

A proposta envolve aceitar depósitos tokenizados, ou seja, versões digitais de ativos como stablecoins, dentro da própria infraestrutura do Nubank.

Esses depósitos poderiam ser usados não apenas para pagamentos, mas também como parte do lastro em operações de crédito.

Na prática, isso significa que o cliente poderia pagar sua fatura do cartão com stablecoins atreladas ao dólar.

Ao mesmo tempo, seria possível usar esse ativo como garantia em futuras operações financeiras. Esse modelo reforça a tendência de digitalização e tokenização do sistema financeiro global.

O cenário das stablecoins no Brasil

O movimento do Nubank não acontece por acaso. Afinal, Hoje, cerca de 90% das transações com criptoativos no Brasil envolvem stablecoins, segundo dados do mercado.

Isso reflete a busca dos brasileiros por alternativas mais estáveis diante da inflação e da desvalorização cambial.

As stablecoins atreladas ao dólar se tornaram especialmente atraentes, já que oferecem proteção em períodos de instabilidade econômica.

Além disso, ampliam a possibilidade de pagamentos internacionais com custos menores e maior agilidade.

O que o Nubank terá que enfrentar agora?

Apesar do entusiasmo, a integração de stablecoins em cartões de crédito traz desafios.

Cartão do Nubank com logo de criptomoedas (ETH, BTC, XRP)

Nubank quer ser o primeiro banco do Brasil a integrar stablecoins ─ Imagem: Geração/FDR

O principal deles é a regulação: será necessário alinhar as regras do Banco Central. Com isso, garantir mecanismos de prevenção à lavagem de dinheiro e estruturar auditorias que tragam segurança ao usuário.

Outro ponto está na infraestrutura tecnológica. Será preciso desenvolver sistemas que façam a conversão entre real e stablecoin de forma transparente, além de assegurar liquidez e confiança.

Se o projeto for bem-sucedido, o Nubank poderá abrir caminho para que outros bancos brasileiros e da América Latina adotem soluções semelhantes.

A mudança na vida dos brasileiros

Para os clientes, a novidade pode significar mais liberdade financeira, acesso facilitado a moedas fortes e até novas formas de crédito.

Para o mercado, representa um passo importante rumo à integração entre bancos tradicionais e o ecossistema de criptoativos.

O Nubank ainda não divulgou datas para o início dos testes, mas a iniciativa já desperta atenção no setor financeiro. Até porque, pode redefinir a forma como os brasileiros usam seus cartões de crédito nos próximos anos.

Moysés BatistaMoysés Batista
Moysés é Bacharel em Letras pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Além de ter entregue mais de 10 mil artigos em SEO nos últimos anos, tem se especializado na produção de conteúdo sobre benefícios sociais, crédito e notícias nacionais.