Como “Demon Slayer: Castelo Infinito” virou caso de polícia no Brasil?

A estreia de Demon Slayer: Castelo Infinito no Brasil chamou atenção não apenas pelo sucesso entre fãs de anime, mas também por um episódio inusitado.

Uma sessão em São Paulo, no Shopping Aricanduva terminou com a Polícia Militar no estabelecimento.

O motivo foi a presença de crianças em um filme classificado como não recomendado para menores de 18 anos.

A rede Cinemark informou que seguiu as regras da classificação indicativa. Por isso impediu a permanência dos menores, gerando discussão e acionamento da PM.

Por que chamaram a polícia durante a exibição?

Segundo relatos, uma mãe tentou assistir ao longa com dois filhos menores de idade. Funcionários impediram a entrada, mas o grupo insistiu em permanecer.

A sessão ficou parada por cerca de uma hora, o que, sem dúvida, gerou frustração nos demais espectadores.

Sem acordo, o cinema pediu apoio da Polícia Militar. O caso foi parar na Delegacia Eletrônica e encaminhado ao 66º Distrito Policial. Lá o delegado deve ouvir representantes do shopping e da rede de cinemas.

Qual a regra para assistir a Demon Slayer: Castelo Infinito?

O Ministério da Justiça manteve a classificação +18 após recusar pedido da distribuidora para reduzir a faixa etária.

A decisão se baseou em cenas de mutilação, suicídio e violência extrema.

  • Menores de 16 anos: não podem assistir em nenhuma hipótese.
  • Adolescentes de 16 e 17 anos: só podem entrar acompanhados ou com autorização dos responsáveis.

No caso em São Paulo, a presença de crianças com menos de 16 anos violava diretamente essa regra, justificando a intervenção.

O que acontece agora?

Até o momento, não houve aplicação de multa ou responsabilização judicial direta.

O que se sabe é que a investigação seguirá para apurar se houve falha de comunicação no momento da venda dos ingressos.

A Cinemark informou ter reembolsado os clientes e reforçado a orientação sobre a faixa etária de Demon Slayer: Castelo Infinito.

Esse episódio, entretanto, mostra como a classificação indicativa tem força de lei no Brasil e pode, sim, resultar em acionamento policial caso seja descumprida.

Moysés BatistaMoysés Batista
Moysés é Bacharel em Letras pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Além de ter entregue mais de 10 mil artigos em SEO nos últimos anos, tem se especializado na produção de conteúdo sobre benefícios sociais, crédito e notícias nacionais.