Cera de ouvido pode ser usada para identificar doença que mata mais de 250 mil brasileiros todos os anos

SALESóPOLIS, SP — A cera de ouvido, normalmente vista como um simples incômodo, está ganhando destaque na medicina. Pesquisadores da UFG (Universidade Federal de Goiás) descobriram potencial na detecção de doenças graves, como o câncer, usando a cera produzida pelos ouvidos.

cera de ouvido
Cera de ouvido pode ser usada para identificar doença que mata mais de 250 mil brasileiros todos os anos (Foto: I.A/Sora)

Por ano, mais de 250 mil brasileiros morrem por algum tipo de câncer. Um exame que conseguisse detectar a proliferação de celular cancerígenas seria muito importante para agir de forma preventiva. 

Como a cera de ouvido pode prever doenças?

Pesquisadores da UFG observaram que a cera de ouvido pode ter biomarcadores valiosos. Esses marcadores biológicos indicam a presença ou risco de doenças graves, como o câncer.

Isso sugere que exames rotineiros podem incluir análises simples da cera de ouvido, aumentando a chance de diagnósticos precoces.

“Tempo é um fator crucial no diagnóstico de câncer. Quanto mais precoce a manifestação oncológica é detectada no organismo, maiores são as chances de uma intervenção clínica que leve à remissão completa da doença tumoral”, afirmou o doutor em química João Marcos Gonçalves Barbosa, segundo a CNN Brasil.

Quais são os benefícios de utilizar a cera de ouvido em exames?

  • Diagnóstico Precoce: Encontrar doenças em estágios iniciais melhora as chances de um tratamento bem-sucedido.
  • Método Simples e Não Invasivo: A coleta de cera de ouvido é fácil e não invasiva.
  • Custo Reduzido: Essa técnica pode ser mais econômica do que outros métodos, tornando-se acessível para mais pessoas.

Como a cera de ouvido salva vidas?

Por ser pouco intrusivo, este método democratiza o acesso a diagnósticos. Com uma coleta fácil, ele pode facilitar testes regulares, identificando doenças antes de se tornarem graves. 

O projeto foi chamado de Cerúmen, idealizado pelo professor Nelson Roberto Antoniosi Filho e que já receu menção honrosa no Prêmio Capes de Tese 2025. Atualmente está sendo realizado no Hospital Amaral Carvalho, em Jaú (SP), especializado no tratamento do câncer.

Durante a pesquisa foram coletadas amostras de cera de ouvido de 751 voluntários. Desses, em cinco casos foram identificadas substâncias atípicas que serviram como indícios da doença. Os voluntários realizaram outros exames que confirmaram a presença de câncer. 

A coleta de cera de ouvido também foi feita em pouco mais de 530 pacientes que já estavam participando de tratamento oncológico, e em todos os casos o exame confirmou a doença. Além do câncer o exame também pode ajudar a identificar outras doenças como o diabetes

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com