Justa causa: Amante do patrão é demitida SEM direito a rescisão trabalhista – Pode isso?

SALESóPOLIS, SP — A justa causa é frequentemente citada como motivo para demissões sem o devido recebimento de direitos trabalhistas. Recentemente, um caso chamou a atenção e destacou-se no noticiário.

Uma funcionária foi demitida por justa causa após envolver-se com o marido de sua patroa e sócio da empresa. A 5ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) confirmou a decisão de justa causa gerando um debate amplo.

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Justa causa: Amante do patrão é demitida SEM direito a rescisão trabalhista – Pode isso?
(Foto: Freepik)

O que é justa causa?

Justa causa ocorre quando um empregado comete uma falha grave, justificando o rompimento do contrato de trabalho pelo empregador.

No caso da mulher que se relacionou com o sócio da empresa onde trabalhava, foi entendido pela Justiça que a funcionária violou padrões éticos fundamentais, comprometendo a confiança necessária para manter o vínculo empregatício.

De acordo com a CLT (Consolidação de Leis Trabalhistas) não há proibição no relacionamento de colegas de trabalho, nem mesmo se um deles for casado.

No entanto, se a situação gerar consequências dentro da empresa, abalando o ambiente profissional, pode ser aplicada a demissão por justa causa. 

Por que a demissão foi considerada justa?

De acordo com a decisão unânime da 5ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), a demissão por justa causa foi aplicada porque a funcionária infringiu princípios éticos, essenciais nas relações de trabalho.

A confiança entre empregado e empregador é crucial, e qualquer ação que a diminua, pode resultar em perda dos direitos rescisórios. Neste caso, embora o problema tenha ocorrido fora do ambiente de trabalho, suas consequências repercutiram diretamente na empresa.

O processo mostra que a funcionária e a sua patroa tinham uma boa relação, inclusive uma relação muita confiança como foi comprovado por mensagens via WhastApp anexadas pelos advogados da empresa. Logo, houve quebra de 

Para o relator do caso, desembargador Sidnei Alves Teixeira, houve quebra de confiança o que tornou a situação mais grave. Também foi provado que a trabalhadora discutiu com a chefe em público, na frente de clientes, usando palavrões e ofensas. 

Quais são as consequências para o trabalhador demitido?

  • Perda de direitos trabalhistas: A demissão por justa causa implica na perda de benefícios como aviso prévio, férias proporcionais, 13º salário proporcional e saque do FGTS.
  • Danos à reputação profissional: A marca de uma demissão por justa causa pode impactar futuras oportunidades de trabalho.

Como se prevenir de uma demissão por justa causa?

É essencial que os trabalhadores conheçam bem seus direitos e deveres, assim como as normas internas da empresa. Manter uma conduta ética e profissional é fundamental. 

Se você foi demitido por justa causa e não concorda, busque auxílio legal para contestar a decisão. Advogados especializados em direito trabalhista podem ajudar a verificar se a demissão foi verdadeiramente justificada.

 

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com