Sapphos: 48 horas após lançamento aplicativo de relacionamento para mulheres é tirado do ar

O aplicativo Sapphos, que funciona como se fosse, um Tinder exclusivamente para mulheres, enfrentou um grave problema de segurança.

Um dos pontos agravantes, é que o episódio ocorre poucos dias após seu lançamento.

A falha, contudo, expôs dados sensíveis das usuárias e levou à retirada do app das lojas virtuais. O caso reacendeu o debate sobre a proteção de informações pessoais em plataformas digitais de relacionamento.

O que aconteceu com o Sapphos?

Lançado como uma espécie de “Tinder para mulheres”, o Sapphos exigia que novas usuárias enviassem documentos de identidade. No entanto, a exigência era por uma selfie junto para verificação.

Essa prática, embora visasse evitar perfis falsos, acabou expondo dados altamente sensíveis devido a uma falha do tipo IDOR (Insecure Direct Object Reference).

A brecha permitia que terceiros acessassem fotos, nomes completos, datas de nascimento e até imagens de usuárias segurando seus documentos.

Em apenas 48 horas, o app já acumulava cerca de 40 mil downloads e 17 mil contas ativas quando o problema foi descoberto.

Uma mulher olha para o celular aflita após descobrir o vazamento de dados da Sapphos
Sapphos ─ Imagem: Geração/FDR

Medidas adotadas após o vazamento

Diante da repercussão, o Sapphos foi retirado da Google Play e da App Store.

Em comunicado, os responsáveis informaram que todos os dados foram apagados. Além disso, quem fez o pagamento de planos (que chegavam a até R$ 500,00), receberam o reembolso.

De todo modo, houve o registro de boletins de ocorrência na Delegacia de Crimes Cibernéticos e na Delegacia da Mulher.

Ainda assim, especialistas alertam que, mesmo após a exclusão, informações sensíveis podem ter circulado, aumentando o risco de fraudes e golpes.

Implicações legais e críticas

O caso levanta questões importantes em relação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Armazenar documentos oficiais e imagens de identificação impõe alto grau de responsabilidade às empresas.

Outro ponto polêmico foram os Termos de Uso do Sapphos, que concediam ampla licença de uso dos conteúdos postados. Incluindo, aliás, a possibilidade de reprodução e comercialização. Para especialistas, cláusulas assim podem ser consideradas abusivas no Brasil.

O episódio, de fato, para usuárias, a recomendação é redobrar a cautela, evitando fornecer documentos em plataformas sem reputação consolidada.

O futuro do Sapphos segue incerto, mas o caso já serve como alerta para a necessidade de proteção rigorosa da privacidade no ambiente digital.

Moysés BatistaMoysés Batista
Moysés é Bacharel em Letras pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Além de ter entregue mais de 10 mil artigos em SEO nos últimos anos, tem se especializado na produção de conteúdo sobre benefícios sociais, crédito e notícias nacionais.