Não me mate! Eu NÃO SOU um mosquito gigante

Olá, humano! Antes de você levantar a mão para me espantar, deixa eu me apresentar. Eu sou uma Tipula — ou, se preferir, o “mosquito-grua” para quem me viu de longe.

Apesar da minha aparência intimidante e das minhas pernas desengonçadas, não sou aquilo que sua imaginação pensa. Afinal, não te pico, não quero sangue e não precisa correr já que não ofereço nenhum risco para a sua saúde, ok?

Quem sou eu de verdade? A Tipula

Meu nome científico é Tipula, da família Tipulidae.

Eu nasci com pernas alongadas que chamam atenção — sim, sei que elas são compridas, finas, desajeitadas e podem até se quebrar com facilidade. Porém, isso só revel ainda mais a minha estrutura delicada.

Muitas vezes, aliás, as pessoas me confundem com um “mosquito gigante”, mas acredite: não tenho nenhum amigo mosquito.

Posso ter uma envergadura de asas que chega a vários centímetros (dependendo da espécie vai de 1,5 e 2,5 centímetros de comprimento). De todo modo, use esse espaço de voo com elegância e zero intenção de agredir.

Uma tipula em cima da folha
Tipula ─ Imagem: Geração/FDR

O que eu como, como vivo e por que existo

Você pode pensar: “com essa perna toda, a tipula deve sugar sangue igual vampiro, né?”

Nada disso. Acho que já falei que não me alimento de sangue. Até porque minha dieta na fase adulta se limita a néctar, contudo, não é incomum eu ficar sem comer. Pois é, vivo o suficiente para acasalar e pôr ovos apenas.

Se você já viu alguém da minha família, dá para entender um dos motivos pelos quais a minha vida adulta é curta. Ao todo, vivo alguns dias apenas, mas tudo bem, já que é o tempo necessário para a reprodução da minha espécie.

Antes de me tornar um adulto, entretanto, passei por um estágio larval, normalmente fico no solo ou em ambientes úmidos.

Como não dá para ficar em jejum, eu como basicamente, matéria orgânica em decomposição, raízes ou resíduos vegetais.

Mas não pense que estou apenas comendo. Ao mesmo tempo, faço um enorme serviço para o ecossistema: ajudo a decompor matéria orgânica, aerar o solo e contribuir para a ciclagem de nutrientes.

Por que você não deve me matar?

Se você me avistar dentro ou perto da sua casa, pode ficar tranquilo:

  • Não pico e não transmito doenças;
  • Não sou agressiva, não procuro humanos para fazer qualquer mal;
  • Faço parte da natureza, da reciclagem de matéria orgânica, e minha existência tem um propósito ecológico;
  • Mesmo com meu tamanho e minhas pernas esquisitas, sou apenas uma criatura passageira, que não interfere na sua vida.

Então, da próxima vez que nos encontrarmos, pode me colocar para fora de casa com delicadeza, por favor? Sou uma tipula.

Moysés BatistaMoysés Batista
Moysés é Bacharel em Letras pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Além de ter entregue mais de 10 mil artigos em SEO nos últimos anos, tem se especializado na produção de conteúdo sobre benefícios sociais, crédito e notícias nacionais.