As ações da Azul (AZUL4) protagonizaram um dos movimentos mais expressivos da Bolsa em 2025 pela segunda semana seguida.
Na sessão desta segunda-feira (8), os papéis chegaram a disparar mais de 40%, acompanhados por forte valorização da Gol (GOLL4).
O rali impressiona, mas levanta a dúvida: o que está por trás dessa disparada e quais os riscos para investidores?
Por que a Azul subiu tanto?
O principal fator apontado pelos analistas foi o short squeeze.
Ou seja, muitos investidores que apostavam na queda das ações foram obrigados a recomprar os papéis, elevando ainda mais os preços.
Além disso, fatores externos colaboraram:
- Queda no preço do petróleo, reduzindo custos operacionais.
- Valorização do real frente ao dólar, aliviando despesas com combustível e leasing de aeronaves.
Essa combinação, portanto, trouxe um “vento favorável” para a companhia, altamente sensível às variações de câmbio e petróleo.
O cenário ainda é arriscado?
Apesar da euforia, a Azul segue em situação financeira delicada. Afinal, a empresa tem dívida líquida de R$ 30 bilhões, quase cinco vezes seu Ebitda, e ainda segue em processo de recuperação judicial.
Por isso, antes da arrancada recente, a companhia acumulava queda de mais de 70% em 2025. Mesmo com a alta, seu valor de mercado está próximo de R$ 1 bilhão — patamar considerado baixo para o setor aéreo.
Por isso, especialistas alertam que a valorização pode não se sustentar, caso a pressão compradora diminua.
O que o investidor deve observar?
O movimento recente mostra como ativos de alto risco podem oscilar rapidamente. Para quem pensa em investir, é essencial acompanhar:
- A evolução da recuperação judicial.
- As condições macroeconômicas (petróleo e dólar).
- A posição dos grandes fundos e credores.
A alta pode representar oportunidade de curto prazo, mas também exige cautela e análises diante da fragilidade estrutural da Azul.