Azul (AZUL4) dispara mais de 40%: o que explica a alta histórica na Bolsa?

As ações da Azul (AZUL4) protagonizaram um dos movimentos mais expressivos da Bolsa em 2025 pela segunda semana seguida.

Na sessão desta segunda-feira (8), os papéis chegaram a disparar mais de 40%, acompanhados por forte valorização da Gol (GOLL4). De todo modo, fecharam em R$ 1,51, com alta expressiva de 31,30% no dia.

O rali impressiona, mas levanta a dúvida: o que está por trás dessa disparada e quais os riscos para investidores?

🚀 O que Impulsionou as Ações da Azul (AZUL4)?

A disparada de mais de 40% não aconteceu por um único motivo. Entenda os principais fatores que animaram o mercado:

  • 📈 Otimismo do Setor: A recuperação do tráfego aéreo pós-pandemia e a alta demanda por viagens continuam a fortalecer a confiança dos investidores.
  • 🤝 Acordos Estratégicos: Rumores e anúncios de parcerias e acordos de codeshare, especialmente com outras grandes companhias, aumentam a expectativa de expansão e receita.
  • 💰 Resultados Financeiros: Apresentação de resultados trimestrais acima do esperado, com melhora na margem de lucro e redução de dívidas.
  • ✈️ Renovação da Frota: A incorporação de aeronaves mais modernas e eficientes, que reduzem o custo com combustível, é vista como um grande diferencial competitivo.

Por que a Azul subiu tanto?

O principal fator apontado pelos analistas foi o short squeeze.

Ou seja, muitos investidores que apostavam na queda das ações foram obrigados a recomprar os papéis, elevando ainda mais os preços.

Além disso, fatores externos colaboraram:

  • Queda no preço do petróleo, reduzindo custos operacionais.
  • Valorização do real frente ao dólar, aliviando despesas com combustível e leasing de aeronaves.

Essa combinação, portanto, trouxe um “vento favorável” para a companhia, altamente sensível às variações de câmbio e petróleo.

Um avião da azul voando no céu
Azul ─ Imagem: Geração/FDR

Como está o desempenho no curto e longo prazo da AZUL4?

Apesar da disparada recente, a companhia aérea ainda enfrenta desafios estruturais. Os números de desempenho mostram o contraste:

  • 1 semana: +118,84%
  • 1 mês: +147,54%
  • 3 meses: +52,53%
  • 6 meses: –59,73%
  • YTD (2025): –57,46%
  • 1 ano: –68,34%

(Dados do fechamento do pregão de 08 de setembro de 2025)

Na terça-feira, as ações começaram o pregão seguindo o rali, chegando à máxima de R$ 1,86 e recuando para R$ 1,58, e circula por esta região.

Dados da TradingView.

O cenário ainda é arriscado?

Apesar da euforia, a Azul segue em situação financeira delicada. Afinal, a empresa tem dívida líquida de R$ 30 bilhões, quase cinco vezes seu Ebitda, e ainda segue em processo de recuperação judicial.

Por isso, antes da arrancada recente, a companhia acumulava queda de mais de 70% em 2025.

Mesmo com a alta, seu valor de mercado está próximo de R$ 1 bilhão — patamar considerado baixo para o setor aéreo.

Por isso, especialistas alertam que a valorização pode não se sustentar, caso a pressão compradora diminua.

O que o investidor deve observar?

O movimento recente mostra como ativos de alto risco podem oscilar rapidamente. Para quem pensa em investir, é essencial acompanhar:

  • A evolução da recuperação judicial.
  • As condições macroeconômicas (petróleo e dólar).
  • A posição dos grandes fundos e credores.

A alta pode representar oportunidade de curto prazo, mas também exige cautela e análises diante da fragilidade estrutural da Azul.

Moysés BatistaMoysés Batista
Moysés é Bacharel em Letras pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Além de ter entregue mais de 10 mil artigos em SEO nos últimos anos, tem se especializado na produção de conteúdo sobre benefícios sociais, crédito e notícias nacionais.