Qual a idade ideal para dar um cartão de crédito a uma criança ou adolescente?

O cartão de crédito deixou de ser apenas um meio de pagamento para adultos e passou a ser visto como ferramenta de educação financeira para jovens. Pais e responsáveis se perguntam cada vez mais: qual a idade certa para dar um cartão de crédito a uma criança ou adolescente?

Entretanto, a resposta envolve aspectos legais, práticos e também de maturidade.

O que a lei e os bancos permitem?

No Brasil, o cartão de crédito em nome próprio só é possível a partir dos 18 anos, salvo em casos de emancipação legal. Antes disso, a alternativa é um cartão adicional, vinculado à conta ou cartão do responsável.

De todo modo, a idade mínima varia conforme o banco:

  • Itaú e Caixa permitem adicionais a partir dos 12 anos.
  • Santander exige idade mínima de 16 anos.
  • BTG Pactual libera adicionais a partir dos 12.
  • Inter não impõe idade mínima, mas exige aprovação do responsável.

Outra possibilidade são os cartões pré-pagos, que podem ser carregados pelos pais e utilizados pelos filhos, funcionando como ferramenta de controle e aprendizado.

O que a ciência diz sobre aprendizado financeiro?

Pesquisas indicam que crianças já começam a entender conceitos básicos de dinheiro na primeira infância. Assim, hábitos financeiros podem se consolidar por volta dos 7 anos.

Ou seja, quanto antes a educação financeira for introduzida, maiores as chances de formar adultos mais conscientes em relação ao consumo.

No entanto, a prática de crédito requer responsabilidade. Por isso, especialistas defendem que o cartão seja introduzido de forma gradual, com supervisão e limites claros.

Idades recomendadas para cada etapa

Não existe um número mágico, mas sim uma progressão natural que pode servir de guia para as famílias:

Uma mãe dando um Cartão de crédito ao seu filho
Qual a idade ideal para dar um cartão de crédito a uma criança ou adolescente? ─ Imagem: Geração/FDR
  • 9 a 11 anos: iniciar com cartões de débito ou pré-pagos. A criança aprende a diferenciar saldo disponível e gasto real, entendendo que não há crédito envolvido.
  • 12 a 14 anos: momento adequado para experimentar o cartão adicional com limite simbólico (R$ 50 a R$ 200). É importante vincular o cartão a alertas no celular do responsável e revisar os gastos mensalmente.
  • 15 a 17 anos: ampliar gradualmente o limite e oferecer mais autonomia. Esse período é ideal para explicar juros, fatura e os riscos do parcelamento.
  • 18 anos ou mais: finalmente, o jovem pode ter um cartão em seu próprio nome. Recomenda-se começar com limites baixos ou versões universitárias/seguradas para estimular responsabilidade.

Como avaliar se o seu filho já está pronto para ter um cartão de crédito?

Antes de liberar um cartão de crédito, os pais devem observar alguns pontos práticos:

  • O jovem já administra mesada sem ultrapassar o valor?
  • Compreende o que é fatura, juros e o impacto de atrasos?
  • Aceita combinar regras claras de uso, como categorias permitidas e limites mensais?
  • Está disposto a compartilhar extratos e participar de reuniões rápidas de revisão familiar?

Se a maioria dessas respostas for positiva, a introdução do cartão pode ser um passo positivo para a formação financeira.

Cuidados para evitar problemas

O risco do crédito mal administrado é alto, mesmo para adultos. Por isso, os pais devem adotar algumas estratégias:

  • Definir limites simbólicos no início.
  • Ativar alertas de transações em tempo real.
  • Utilizar bloqueios por categoria de gastos, quando disponíveis.
  • Reforçar a regra: nunca entrar no rotativo. Caso isso ocorra, recolher o cartão até a situação se normalizar.

Por isso, não deixe de ver 5 dicas para não se endividar com o cartão de crédito!

É importante lembrar que o responsável financeiro é o titular do cartão. Portanto, qualquer atraso ou excesso de gastos impacta diretamente o CPF e o score de crédito dos pais.

A idade ideal para dar um cartão de crédito a uma criança ou adolescente depende da maturidade e do acompanhamento dos responsáveis. Na prática, a partir dos 12 anos já é possível introduzir um cartão adicional com supervisão rígida, enquanto a maioridade (18 anos) é o marco para a titularidade plena.

Feito com cuidado, o cartão pode ser um aliado na educação financeira, preparando os jovens para lidar com responsabilidades maiores na vida adulta. O segredo está no equilíbrio entre autonomia e supervisão, garantindo que o aprendizado venha sem riscos excessivos.

Moysés BatistaMoysés Batista
Moysés é Bacharel em Letras pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Além de ter entregue mais de 10 mil artigos em SEO nos últimos anos, tem se especializado na produção de conteúdo sobre benefícios sociais, crédito e notícias nacionais.