SALESóPOLIS, SP — A novela Vale Tudo da TV Globo tem trazido assuntos de interesse público nas últimas semanas, isso ao retratar um personagem com câncer que depende de transplante de medula óssea para se salvar.
No Brasil, o SUS proporciona este tratamento para quem precisa. Mas como ele funciona no sistema público de saúde?

(Foto: Freepik)
Na trama de Vale Tudo o personagem Afonso, um dos protagonistas, tem enfrentado um tipo de câncer no sangue. Na versão original da novela não havia esse enrredo, mas a autora Manuela Dias tem adaptado o remake com histórias originais.
Ainda não se sabe se Afonso morre no fim da novela devido a leucemia, principalmente porque não foi esse o final da primeira versão.
No entanto, outro ponto diferente da edição de 2025 é que o irmão de Afonso, Leonardo, não morreu em um acidente como aconteceu na primeira trama. Os capítulos já mostraram que eles são compatíveis para o transplante de medula óssea.
A grande questão em torno desse enredo é que Leonardo foi escondido pela mãe, Odete Roitman, há treze anos. Isso significa que poucos personagens sabem que Afonso poderia ser salvo pelo irmão.
O que é o transplante de medula óssea?
Envolve a substituição da medula doente por células-tronco saudáveis. Estas células podem ser de um doador compatível ou do próprio paciente. É indicado para leucemias e outras desordens sanguíneas.
Como funciona o processo de transplante de medula no SUS?
Quando a necessidade é identificade a equipe médica busca um doador compatível entre os familiares. Se não há compatibilidade, a busca segue para o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME), o maior banco de dados do Brasil.
Em 2024, o governo anunciou um aumento de 8% na coleta de células de medula, sinalizando um crescimento significativo no número de doadores.
O REDOME tem mais de 5,9 milhões de doadores cadastrados, sendo o terceiro maior registro de doadores voluntários de medula óssea do mundo e o maior com financiamento exclusivamente público. Coordenado pelo Inca e financiado pelo Ministério da Saúde
Como encontrar o doador de medula?
O REDOME utiliza tecnologias avançadas para cruzar dados genéticos dos pacientes com potenciais doadores cadastrados. Quando surge um doador compatível, ele é contatado para confirmar sua disponibilidade e realizar exames complementares.
A compatibilidade genética é o principal critério. A similaridade entre as características genéticas do doador e do receptor reduz as chances de rejeição e aumenta o sucesso do transplante.
- Busca inicial: Entre familiares.
- Procura avançada: Registros nacionais e internacionais.
- Tecnologia de ponta: Para cruzamentos genéticos.
- Confirmação de disponibilidade: Contato e exames complementares.
Como ser um doador de medula óssea?
- Ter entre 18 e 35 anos (o cadastro permanece ativo até os 60 anos);
- Estar em boas condições de saúde e sem doenças impeditivas;
- Apresentar documento oficial com foto;
- Comparecer ao hemocentro mais próximo para a coleta de uma amostra de 10 ml de sangue para exame de compatibilidade genética (HLA).