5 anos após PL que propõe fim do papel-moeda: veja o que os brasileiros acham

Cinco anos se passaram desde que o Projeto de Lei 4068/2020 chegou na Câmara dos Deputados, propondo o fim do papel-moeda no Brasil.

A iniciativa, de autoria do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), pretendia extinguir gradualmente o dinheiro físico, migrando todas transações para o digital.

Porém, em 2025, a proposta segue em tramitação e ainda gera forte debate entre especialistas e cidadãos.

O que diz o Projeto de Lei 4068/2020?

O PL 4068/20 prevê que, após aprovado, as notas acima de R$ 50 seriam retiradas de circulação em até um ano. Enquanto isso, as de valores menores deixariam de existir no prazo de cinco anos.

Assim, a Casa da Moeda ficaria responsável por desenvolver tecnologias capazes de garantir a segurança das transações digitais.

Segundo a justificativa do autor, a medida teria como objetivos principais combater crimes financeiros, tais quais: lavagem de dinheiro, corrupção, além de reduzir gastos com emissão de cédulas.

O texto ainda defende que a digitalização total traria mais eficiência e transparência para o sistema financeiro.

Uma pessoa segura notas (papel-moeda), e ao lado o celular com o PIX na tela
5 anos após PL que propõe fim do papel-moeda ─ Imagem: Geração/FDR

Qual é a situação em 2025?

Até hoje, o projeto não seguiu no plenário. Ele passou por análises em comissões, recebeu emendas e pareceres, mas permanece sem consenso.

Nesse período, o Brasil avançou em soluções digitais como o PIX, o Open Finance e o Drex (real digital).

Mesmo assim, dados recentes mostram que 73% da população ainda utiliza dinheiro em espécie em seu dia a dia, seja por hábito ou por falta de acesso digital.

O que pensam os brasileiros

A proposta, de  dividiu opiniões. Entre comentários recentes, de 2025, muitos veem riscos sociais e jurídicos:

  • “Grande parte da população idosa não possui facilidade com tecnologia, e muitos brasileiros não têm renda mínima para manter aparelhos digitais”, destacou Eduardo Tertuliano.
  • “Essa decisão não pode ser tomada sem um plebiscito. As pessoas mais pobres serão as mais prejudicadas”, alertou Rangel Marçal.
  • Outros apontaram preocupações com vigilância e poder concentrado:
  • “O objetivo é quebrar o sigilo bancário e controlar opositores”, disse Rodrigo Guimarães.
  • “Medida absurda, ilógica e totalitarista”, resumiu Henrique Bessa.
  • Por outro lado, há quem reconheça benefícios na digitalização:
  • “O PIX já se mostrou prático, rápido e seguro. Mas o papel-moeda ainda é usado por quem evita rastreamento”, afirmou João Eudociak.
  • “Notas físicas devem continuar como opção, já que nem todos têm celular ou internet”, defendeu Rogério Franceschini.

Debate sobre o fim do papel-moeda segue aberto

Pesquisas de opinião mostram que a maioria dos brasileiros ainda rejeita a extinção do dinheiro em espécie. O tema envolve questões de inclusão digital, privacidade e liberdade financeira.

Enquanto o Congresso não decide, a sociedade continua dividida entre a praticidade das transações digitais e a segurança de manter o papel-moeda como alternativa.

Moysés BatistaMoysés Batista
Moysés é Bacharel em Letras pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Além de ter entregue mais de 10 mil artigos em SEO nos últimos anos, tem se especializado na produção de conteúdo sobre benefícios sociais, crédito e notícias nacionais.