Entre uma das últimas mudanças do Banco Central mexeu com a soma de juros e encargos no rotativo e no parcelamento da fatura. Agora, esta conta não pode ultrapassar 100% do valor da dívida original.
Ou seja, se alguém deve R$ 1.000, o total de encargos não pode passar de R$ 1.000, limitando a dívida a R$ 2.000 no máximo.
A medida foi criada para conter os juros exorbitantes que, em muitos casos, passavam de 400% ao ano.
Por que ainda dói no bolso
Apesar do teto, os juros continuam pesados. Veja por quê:
- O custo mensal do rotativo ainda ultrapassa os 10% em média, tornando a dívida difícil de quitar em pouco tempo.
- Mesmo com o limite, o cliente pode acabar refinanciando a fatura para não atrasar, prolongando o problema.
- A regra não elimina taxas administrativas e IOF, que aumentam o valor final.
Na prática, o teto evita a escalada infinita da dívida, contudo, não significa que o crédito ficou barato.
Como evitar cair no refinanciamento
De todo modo, para não transformar a fatura em um problema maior, especialistas recomendam:
- Pague o valor total sempre que possível.
- Se não conseguir, avalie o parcelamento da fatura — costuma ter juros menores que o rotativo.
- Use a nova regra de portabilidade da dívida: desde julho de 2024, é possível levar o saldo para outro banco que ofereça condições melhores.
- Planeje seus gastos no cartão, evitando comprometer mais de 30% da renda com crédito.
Alternativas inteligentes para evitar o rotativo
- Renegociação direta com o banco pode trazer juros menores que o rotativo.
- Programas como o Desenrola Brasil (que encerrou em maio de 2024) mostraram o potencial de acordos coletivos para aliviar dívidas.
- Usar Pix parcelado ou crédito pessoal em alguns casos pode ser mais barato que manter a dívida no cartão.
O teto de 100% no rotativo, sem dúvida, é um avanço importante. Porém, não resolve sozinho o problema do endividamento no Brasil.
Então, o consumidor deve enxergar o cartão como um meio de pagamento, não como complemento da renda.
Entender as opções de parcelamento, usar a portabilidade e planejar os gastos são passos fundamentais para evitar cair no refinanciamento eterno.