O roubo de celular no Brasil deixou de ser apenas uma questão de segurança pública para se transformar em um negócio bilionário.
Entre julho de 2023 e julho de 2024, dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) apontam que esse mercado movimentou cerca de R$ 22,7 bilhões.
O número, entretanto, revela a dimensão de um problema que afeta milhões de brasileiros. Junto com isso, reforça a necessidade de ações mais efetivas de combate a esse tipo de crime.
O tamanho da epidemia de celulares roubados
Somente em 2023, o Brasil registrou 937 mil ocorrências de roubo e furto de celulares, uma média de dois aparelhos por minuto.
A pesquisa Datafolha indica que 9,2% da população com mais de 16 anos foi vítima do crime no período de um ano. Isso equivale a 14,7 milhões de pessoas.
Os números reforçam que o impacto vai além das estatísticas policiais, atingindo diretamente o bolso dos consumidores e a economia nacional.
O impacto financeiro bilionário
O prejuízo estimado de R$ 22,7 bilhões inclui não apenas o valor dos aparelhos. Afinal, entram nesse cálculo custos relacionados à reposição, fraudes digitais e movimentações no mercado paralelo.
Além disso, os criminosos exploram dados pessoais das vítimas para golpes financeiros, ampliando ainda mais os danos.
Para se ter ideia, especialistas em segurança afirmam que a cada celular roubado, os prejuízos podem ultrapassar em muito o valor do aparelho.
Queda nos registros, mas problema persiste
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostra que houve uma redução de 12,6% nos casos em 2024 em relação a 2023.
Apesar da queda, o cenário continua alarmante: apenas 1 em cada 12 celulares roubados ou furtados foi recuperado no último ano.
A baixa taxa de devolução indica a existência de uma rede estruturada de revenda e exportação clandestina desses dispositivos.
Comparativo dos roubos de celulares no Brasil
Indicador | 2023 | 2024 |
---|---|---|
Ocorrências registradas | 937.294 (média de 2 por minuto) | Queda de 12,6% em relação a 2023 |
População vítima (estimativa) | 14,7 milhões de pessoas (9,2%) | Dados ainda não consolidados |
Prejuízo estimado | Incluído no total de R$ 22,7 bi | Incluído no total de R$ 22,7 bi |
Taxa de recuperação de aparelhos | Muito baixa | 1 em cada 12 aparelhos |
Prejuízo médio além do aparelho | Golpes digitais e fraudes online | Golpes digitais e fraudes online |
Como o consumidor pode se proteger
Diante desse cenário, especialistas orientam medidas de prevenção. Entre as principais estão:
- Evitar o uso do aparelho em locais públicos de risco;
- Ativar recursos de rastreamento e bloqueio remoto;
- Utilizar senhas fortes e autenticação em duas etapas para proteger aplicativos bancários e de redes sociais.
Além disso, é importante registrar boletim de ocorrência e informar o IMEI para bloqueio junto às operadoras.
O roubo de celular no Brasil, de fato, se tornou uma questão que une segurança, tecnologia e economia. Enquanto os dados revelam a escala bilionária do problema, cabe ao poder público reforçar medidas de combate e à população adotar práticas de proteção.