O poker, sem dúvida, deixou de ser apenas uma distração em mesas de bar ou um jogo associado a cassinos. Hoje, por outro lado, ganha reconhecimento oficial como esporte da mente no Brasil. Até porque exige estudo, estratégia e raciocínio rápido a cada carta virada.
Enquanto o preconceito ainda insiste em ligar o pôquer à sorte, os resultados conquistados por brasileiros mostram uma realidade diferente. Todos levam a crer que se trata de um campo em que o país já é referência mundial.
Poker no Brasil: do preconceito ao reconhecimento
Muitos ainda acreditam que pôquer seja apenas “jogo de azar”, mas essa visão já foi superada. Desde 2012, o Ministério do Esporte reconhece o pôquer como esporte da mente, ao lado de outros como o xadrez e o bridge.
Ou seja, o fator decisivo não é a sorte, mas sim a habilidade, a leitura de adversários e a tomada de decisões estratégicas.
Apesar disso, o preconceito cultural ainda persiste. A confusão entre pôquer e jogos de cassino se deve ao passado do Brasil, que proibiu casas de apostas e manteve restrições severas a qualquer prática ligada a dinheiro.
Contudo, a trajetória recente dos atletas nacionais demonstra que o pôquer vai muito além desses estigmas.
Nomes que mudaram a história do poker brasileiro
- O primeiro grande marco foi em 2008, quando Alexandre Gomes conquistou o primeiro bracelete da WSOP (World Series of Poker) para o Brasil.
- Em 2011, foi a vez de André Akkari levantar seu título, consolidando o país no cenário mundial.
Desde então, novos nomes surgiram, elevando ainda mais o patamar brasileiro.
- Em 2025, é impossível falar de poker no Brasil sem citar Yuri Dzivielevski ─ theNERDguy. Hoje, aliás, considerado um dos maiores jogadores do mundo, são cinco braceletes da WSOP, incluindo modalidades complexas como o Nine Game Mix.
- Outro nome de peso é Felipe “Mojave” Ramos, pioneiro na popularização do esporte.
- Além disso, temos Vivian Saliba, que em 2024 fez história ao conquistar um bracelete na WSOP Europa, marcando presença feminina no cenário internacional.
- Mais recentemente, Pedro Padilha brilhou ao vencer um High Roller no EPT Monte Carlo. Assim, voltou para casa com mais de €1 milhão, prova de que os brasileiros também dominam os torneios de alto nível.
Conquistas coletivas e a força dos torneios nacionais
O Brasil não é destaque apenas individualmente. No online, por exemplo, o país virou potência absoluta.
Em 2023, os brasileiros conquistaram 80 títulos no WCOOP, o campeonato mundial online, liderando o quadro geral.
O SCOOP Main Event também foi vencido por um brasileiro, Felipe Boianovsky, consolidando o domínio digital.
No circuito nacional, o BSOP (Brazilian Series of Poker) se tornou um fenômeno. Em 2023, distribuiu R$ 72 milhões em prêmios, tornando-se a terceira maior competição esportiva em premiação do país, atrás apenas do Brasileirão e da Copa do Brasil.
Além disso, o BSOP foi eleito o melhor circuito “mid-major” do mundo no Global Poker Awards. Este é um reconhecimento que mostra o peso do evento no calendário internacional.
Para onde vai o poker brasileiro?
O pôquer no Brasil está em crescimento constante. Lives, plataformas online e times de estudo formaram uma verdadeira escola brasileira, respeitada em todo o mundo.
Cada vez mais jogadores entram no esporte buscando não apenas diversão, mas também um caminho profissional.
Assim, o que antes era visto com desconfiança agora se firma como orgulho nacional. O pôquer é o esporte em que o Brasil brilha mundialmente, revelando campeões, conquistando títulos e quebrando barreiras culturais.