CNPq autoriza e agora pesquisadores podem ganhar mais em 2025

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) autorizou, em 2025, que seus bolsistas tenham outras fontes de renda.

A mudança foi oficializada por meio da Portaria nº 1.122, publicada em 12 de agosto de 2024 no Diário Oficial da União e entrou em vigor em 21 de agosto.

A nova regra, entretanto, beneficia pesquisadores de mestrado (R$ 2.100/mês), doutorado (R$ 3.100/mês) e pós-doutorado (R$ 5.200/mês). Até então, a política do CNPq proibia qualquer atividade remunerada paralela à bolsa.

A partir de agora, o pesquisador poderá exercer outra atividade remunerada, desde que:

  • A atuação seja compatível com o projeto de pesquisa.
  • Haja anuência formal do orientador e da coordenação do programa de pós-graduação.

CNPq segue passos de outras agências de fomento

A medida do CNPq segue uma tendência já adotada por outras agências de fomento à pesquisa, como, por exemplo:

  • A Fapesp permite desde 2004 que bolsistas tenham outra renda, com limite de até 8 horas semanais e vínculo com a área de pesquisa.
  • A Capes flexibilizou sua norma em 2023, permitindo a complementação de renda desde que não haja acúmulo de bolsas do mesmo nível financiadas por recursos federais.

Com a nova norma, o CNPq busca equilibrar a dedicação à pesquisa com a realidade econômica dos estudantes e profissionais do meio acadêmico.

Um pesquisador da CNPq em frente ao notebook em seu escritório
Imagem: Geração/FDR

Restrições permanecem para evitar acúmulo indevido

Apesar da abertura, o CNPq mantém restrições claras para o acúmulo de benefícios:

  • É proibido acumular a bolsa com outra de mestrado, doutorado ou pós-doutorado de agências como Capes, Fapesp ou outras públicas.
  • Bolsas de produtividade (PQ, PQ-Sr, DT) também não podem ser acumuladas com auxílios similares de outras instituições.
  • Bolsistas no exterior só podem receber auxílios de agências internacionais, desde que voltados à pesquisa.

Essas medidas garantem o uso correto dos recursos públicos e evitam duplicidade de financiamento.


Impacto para a pesquisa e atração de talentos

Com a liberação, o CNPq espera atrair mais profissionais qualificados e melhorar a sustentabilidade financeira dos bolsistas.

Em 2023, um levantamento da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) apontou que 53% dos pós-graduandos brasileiros dependem exclusivamente da bolsa como fonte de renda.

A flexibilização busca, sobretudo, mitigar esse cenário, oferecendo autonomia financeira aos pesquisadores. Esse é um caminho, que o governo vê para promover maior diversidade no meio acadêmico.

Além disso, a nova norma torna os programas de pós-graduação mais atrativos, especialmente para aqueles que já atuam no mercado e desejam conciliar carreira profissional com a pesquisa científica.

Moysés BatistaMoysés Batista
Moysés é Bacharel em Letras pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Além de ter entregue mais de 10 mil artigos em SEO nos últimos anos, tem se especializado na produção de conteúdo sobre benefícios sociais, crédito e notícias nacionais.