A escala 6×1, comum no Brasil, prevê seis dias de trabalho e um de descanso, com jornada de 8 horas diárias, totalizando cerca de 44 horas semanais. Já a escala 996 significa trabalhar das 9h às 21h, seis dias por semana — 72 horas semanais.
O modelo surgiu na China e ficou conhecido no setor de tecnologia, sendo alvo de críticas e ações judiciais por violar leis trabalhistas.
Enquanto a 6×1 garante limites previstos na CLT, a 996 é muito mais exaustiva e com menor proteção legal.
Startups de IA estão aderindo à escala 996
No Vale do Silício, especialmente em startups de inteligência artificial, a escala 996 — e até versões mais extremas — vem ganhando espaço.
A startup Rilla, por exemplo, exige mais de 70 horas semanais e afirma que quem não estiver “animado com isso” não deve se candidatar.
Outra empresa da Bay Area ofereceu aumento de 25% no salário e bônus dobrado em ações para quem adotasse a jornada intensa; cerca de 10% do time aceitou.
Na Cognition, recém-adquirente da rival Windsurf, a escolha é radical: ou mais de 80 horas semanais ou desligamento com nove meses de indenização.
Pressão e riscos do modelo 996
Fundadores justificam a escala 996 como essencial para sobreviver na corrida global pela liderança em IA. A chamada hustle culture, que glorifica o trabalho extremo, voltou a influenciar empresas.
Porém, especialistas alertam para os riscos: aumento de burnout, queda na produtividade a longo prazo e possível violação de leis trabalhistas, especialmente na Califórnia, onde há regras mais restritivas.
Em comparação, a escala 6×1, apesar de desgastante, garante descanso semanal e respeita limites de horas, tornando-a menos prejudicial à saúde do trabalhador.