Arlindo Cruz morre aos 66 anos: confira que horas é o velório, local e o que é o gurufim

O samba brasileiro perdeu um de seus maiores nomes. Arlindo Cruz, cantor, compositor e multi-instrumentista, morreu nesta sexta-feira (8), aos 66 anos.

Ele nos deixa após enfrentar complicações de saúde desde 2017, quando sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC). A família confirmou a notícia em comunicado nas redes sociais, agradecendo o carinho e apoio durante anos.


Velório em formato de gurufim no Império Serrano

A despedida de Arlindo Cruz será marcada por um gurufim, cerimônia tradicional de origem africana. Ela, entretanto, mistura música, canto e confraternização para homenagear quem parte.

O velório será neste sábado (9), a partir das 18h, na quadra do Império Serrano, em Madureira, Zona Norte do Rio de Janeiro.

Além disso, o evento será aberto ao público e seguirá até às 10h da manhã de domingo (10). Em seguida, o sepultamento ocorrerá no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, às 11h.

Arlindo Cruz no palco
Imagem: Geração/FDR

O que é o gurufim?

O gurufim é uma tradição trazida ao Brasil por africanos escravizados, caracterizada por ser uma celebração de despedida. Mas ela é composta por música e, muitas vezes, bebida, para transformar o luto em homenagem.

A prática busca celebrar a vida e a passagem espiritual da pessoa, mantendo viva sua memória. No caso de Arlindo, a cerimônia reflete o espírito alegre e musical que marcou sua trajetória.


Uma trajetória marcada pelo samba

Nascido em 14 de setembro de 1958, em Madureira, Arlindo Cruz começou a tocar cavaquinho ainda criança. A influência, aliás, vem do pai, Arlindão Cruz, e pela mãe, Aracy.

Sua carreira deslanchou nas rodas de samba do Cacique de Ramos, ao lado de nomes como Zeca Pagodinho, Beth Carvalho e Jorge Aragão.

Além disso, integrou o grupo Fundo de Quintal por 12 anos, período em que ajudou a modernizar o samba sem perder suas raízes.

Autor de mais de 700 composições, criou clássicos como O Show Tem que Continuar, Meu Lugar e Bagaço de Laranja.

Legado e homenagens

Além de ser referência musical, Arlindo Cruz era presença marcante no carnaval carioca e nas quadras de escolas de samba. Principalmente, no Império Serrano, que o homenageou no desfile de 2023.

Defensor da cultura popular e de sua fé no candomblé, combatia a intolerância religiosa e celebrava a diversidade.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e diversas personalidades lamentaram a perda. A família destacou que Arlindo deixa um “legado imenso” e um exemplo de “força, humildade e paixão pela arte”, que continuará a inspirar futuras gerações.

Moysés BatistaMoysés Batista
Moysés é Bacharel em Letras pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Além de ter entregue mais de 10 mil artigos em SEO nos últimos anos, tem se especializado na produção de conteúdo sobre benefícios sociais, crédito e notícias nacionais.