SALESóPOLIS, SP — O nome Trump sempre desperta reações, sobretudo com seu tarifaço no centro das discussões. Este movimento, embora controverso, pode impactar positivamente o preço dos alimentos no Brasil. De acordo com Geraldo Alckmin, medidas protecionistas dos Estados Unidos podem criar uma tendência de queda nos preços por aqui.

(Foto: I.A)
Desde que assumiu o comando dos Estados Unidos pela segunda vez, Trump tem aumentado as tarifas sobre produtos estrangeiros, visando fortalecer o mercado interno americano e gerar um tipo de protesto contra relações que ele enxerga como desiguais.
O Brasil foi o maior prejudicado, recebendo uma tarifa de 50% sobre os seus produtos e que deve começar a valer em 6 de agosto. Contudo, isso pode ser benéfico. Alckmin destaca que tais ajustes podem redirecionar o comércio global.
Os produtores brasileiros podem encontrar novas oportunidades para exportações, podendo resultar na queda dos preços para o consumidor ao diversificar as opções de mercado.
Alckmin prevê redução no preço dos alimentos
Ao participar do programa Mais Você, da TV Globo, na manhã de ontem (31), o vice-presidente do Brasil e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, afirmou que o preço dos alimentos tem caído.
Ele mencionou a queda de produtos como arroz, feijão, óleo de soja e algumas frutas. “E caiu por quê? Porque caiu o dólar, o clima ajudou e a safra é recorde. Se a safra é 10% maior, o preço cai. Se é 10% menor, ele sobe”, explicou o vice-presidente.
A análise de Alckmin encontra respaldo em estudos econômicos. Contudo, a verdadeira eficácia dependerá dos produtores brasileiros em adaptação rápida às novas demandas internacionais.
Surpreendentemente, o tarifaço pode transformar o Brasil em um protagonista mais forte no mercado de alimentos.
O Futuro do Tarifaço de Trump no Brasil
O movimento de Trump levanta uma questão: O Brasil está preparado? O governo, junto aos empresários do agronegócio, deve adotar medidas estratégicas para otimizar esta vantagem comercial. Certamente, políticas de apoio aos produtores serão cruciais.
Economistas e especialistas ouvidos pelo g1 apontam os seguintes efeitos possíveis do tarifaço nos preços do Brasil:
- o preço da carne pode até cair no início do tarifaço, com uma demanda menor dos EUA. Mas deverá subir depois, por causa da redução no abate de animais, o que já era esperado e deve ser intensificado com o tarifaço.
- os valores do café não devem ser afetados em um primeiro momento. O setor acredita que as vendas aos EUA não devem ser paralisadas e, assim, não vai ter uma oferta maior de café no Brasil.
- se as vendas de tilápias aos EUA forem paralisadas, deve sobrar o peixe no Brasil, fazendo os preços caírem. Isso porque o setor depende muito das vendas para o mercado norte-americano e teria que redirecionar o produto que sobrar para o mercado interno.