Crise de preços voltou? Supermercados adotam preços que mudam em tempo real nas prateleiras

ARAGUARI, MG — A crise de preços evoca memórias difíceis para muitos brasileiros. Atualmente, essa situação adquire uma nova dimensão com a introdução de sistemas de preços dinâmicos nas prateleiras dos supermercados. Prática já comum em países como os Estados Unidos da América (EUA), agora integra a realidade brasileira, suscitando preocupações.

Crise de preços voltou? Supermercados adotam preços que mudam em tempo real nas prateleiras. Imagem: The News

O Brasil historicamente enfrentou períodos de intensa inflação, com oscilações frequentes nos preços. Agora, os supermercados adotam a tecnologia dos preços dinâmicos, similar à usada em plataformas online, onde o preço varia conforme demanda e outros fatores. Isso potencialmente beneficia os supermercados com flexibilidade, mas qual o impacto para o consumidor?

Nos Estados Unidos, preços dinâmicos maximizam lucros ao alinhar preço com oferta e demanda em tempo real. Contudo, desafios culturais e legais emergem no Brasil. O Código de Defesa do Consumidor estipula que o preço exibido é o que deve ser cobrado, demandando adaptação dos supermercados às normas locais para evitar conflitos.

Funcionamento do sistema de preços dinâmicos

  • Variações de preço conforme horário e estoque;
  • Uso de tecnologia, como etiquetas eletrônicas;
  • Maximização de lucro através de ajustes frequentes.

A implementação de preços dinâmicos no Brasil poderia otimizar estoques e gerenciar oferta e demanda, mas levanta questões éticas. Consumidores sem acesso à tecnologia ou informação podem sentir-se prejudicados, enfrentando incerteza sobre preços.

Preços dinâmicos: solução ideal para o Brasil?

Os preços dinâmicos gerarão outra crise de preços? A resposta é complexa. Embora a metodologia traga vantagens logísticas e econômicas, é essencial equilibrar inovação e direitos dos consumidores. Um diálogo aberto entre supermercados, consumidores e órgãos reguladores é necessário, assegurando transparência e cumprimento das leis.

No Brasil, onde a estabilidade financeira ainda é um objetivo a ser alcançado, o preço flutuante pode inovar e tensionar relações entre clientes e supermercados. Discussões sobre a implementação no Brasil devem ser cautelosas e responsáveis, garantindo que o consumidor não seja vítima de nova crise de preços.

Espera-se que, ao focar nos direitos do consumidor e nas adaptações adequadas, essa inovação prospere de maneira justa, evitando impactos negativos semelhantes aos enfrentados no passado. Para saber mais sobre as recentes mudanças na inflacão e seus impactos nos preços, clique aqui.

Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.