O uso prolongado de chupeta na infância pode estar mais relacionado ao futuro do que imaginamos.
Estudos recentes indicam uma conexão surpreendente entre esse hábito comum na primeira infância e o início do tabagismo na adolescência e vida adulta.
Mas como uma simples chupeta pode influenciar o comportamento de uma pessoa anos depois? Vamos entender melhor essa associação e os impactos que ela pode ter.
O que as pesquisas revelam sobre a chupeta e o tabagismo?
Estudos científicos têm mostrado que o uso prolongado do item pode ter efeitos duradouros no comportamento dos indivíduos. Uma pesquisa conduzida por Helenice R. Ferreira e colaboradores, publicada na European Addiction Research, aborda de forma profunda a questão.
Assim, ela revela que crianças que usaram chupeta por mais de 24 meses têm um risco consideravelmente maior de se tornarem fumantes na vida adulta.
Dessa forma, estas crianças teriam o risco de se envolver com o tabagismo é até quatro vezes maior, comparado a quem usou chupeta por menos tempo.
A chupeta e a busca por conforto
A explicação para essa ligação pode estar na maneira como tanto a chupeta quanto o cigarro são usados como mecanismos de conforto ou calma.
Conforme a pesquisa de Helenice, ambos podem servir para aliviar o estresse ou a ansiedade. Dessa forma, funcionam como uma maneira de buscar conforto em momentos de desconforto emocional.
Por isso, o uso prolongado da chupeta pode gerar uma base para outros comportamentos de busca por alívio ao longo da vida, como fumar.
Efeitos do uso prolongado de chupeta na infância
Além da possível ligação com o tabagismo, o uso contínuo da chupeta também pode afetar outras áreas do desenvolvimento infantil.
Pesquisas, portanto, indicam que a estimulação oral reduzida durante o uso prolongado da chupeta é capaz de afetar a fala e a comunicação das crianças. Em resumo, isso afeta a sua interação social e o desenvolvimento cognitivo.
Alguns estudos apontam até para uma diminuição no desempenho intelectual de adultos que usaram chupeta por muito tempo quando crianças.
A associação não significa causa
É importante, entretanto, destacar que, mesmo como os estudos indicando uma correlação entre o uso prolongado da chupeta e o tabagismo, isso não significa que a chupeta seja a única responsável pelo início do hábito de fumar.
Fatores familiares, sociais e psicológicos também desempenham um papel crucial na formação dos hábitos na adolescência e vida adulta.
Embora a conexão entre o uso prolongado da chupeta e o tabagismo possa ser preocupante, é fundamental compreender que esse hábito é apenas um dos muitos fatores envolvidos.
Compreender os impactos potenciais desse simples objeto pode ajudar os pais a tomar decisões mais informadas sobre o uso da chupeta.