SãO PAULO (SP) — Em uma decisão que gerou grande repercussão internacional, os Estados Unidos anunciaram sua saída da Unesco, a agência da ONU responsável pela promoção da cooperação internacional nas áreas de educação, ciência e cultura. A medida foi tomada após críticas ao organismo, com o ex-presidente Donald Trump liderando a iniciativa.
Por que os EUA saíram da Unesco?
A saída dos Estados Unidos da Unesco não é uma novidade. Em 2017, durante o governo de Donald Trump, o país já havia anunciado sua retirada, alegando que a organização estava “excessivamente politizada” e se distanciava dos valores americanos.
O governo de Trump também criticou a Unesco por ser excessivamente crítica em relação a Israel, principalmente após a decisão da organização de reconhecer Jerusalém Oriental como a capital palestina, o que gerou tensões diplomáticas.
Em 2025, a administração de Trump reafirmou seu posicionamento, declarando que a Unesco havia se tornado “ideológica” e que seus objetivos já não atendiam aos interesses dos Estados Unidos.
A saída foi formalizada após um processo diplomático, alinhando-se à agenda de reavaliação do envolvimento dos EUA em organizações multilaterais da ONU.
O que muda com a saída dos EUA da Unesco?
Com a saída dos EUA da Unesco, diversas mudanças podem ocorrer, tanto para os Estados Unidos quanto para a organização.
A Unesco, uma agência multilateral composta por 193 países membros, tem como principal missão promover a paz e a segurança por meio da educação, ciência e cultura.
A saída de uma potência mundial como os Estados Unidos pode afetar a capacidade da organização de implementar políticas globais nessas áreas.
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Impacto no financiamento
A Unesco depende significativamente de contribuições financeiras dos seus membros, sendo os Estados Unidos um dos maiores financiadores. Com a saída do país, a organização perde uma parte considerável do seu orçamento, o que pode prejudicar a execução de projetos de grande escala e afetar programas importantes. -
Influência nas políticas globais
A ausência dos Estados Unidos enfraquece a capacidade da Unesco de moldar políticas globais em áreas como preservação de patrimônios culturais, direitos humanos e educação internacional. Embora os EUA possam continuar a influenciar essas questões por meio de outras plataformas, sua retirada da Unesco diminui o impacto de suas propostas e reduz o diálogo diplomático com outros países. -
Reações internacionais
Outros países membros da Unesco, incluindo aqueles com boas relações diplomáticas com os EUA, podem se sentir divididos sobre a saída de uma potência tão significativa. Alguns podem apoiar a decisão como um impulso para reformas, enquanto outros verão isso como uma perda de colaboração e cooperação internacional.
O que a Unesco perde com a saída dos EUA?
A Unesco não perde apenas financiamento com a saída dos EUA, mas também uma importante voz na diplomacia internacional.
A ausência de um país com o maior poderio econômico e militar do mundo pode enfraquecer a capacidade da organização de liderar questões culturais e educacionais globais.
Em tempos de globalização, onde as questões internacionais exigem um esforço conjunto, a retirada dos EUA pode comprometer a força da ação colaborativa.
A resposta da Unesco à saída dos EUA
A Unesco expressou pesar pela decisão dos Estados Unidos, mas afirmou que continuará a trabalhar com seus outros membros para promover a educação e o desenvolvimento cultural mundial.
A diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, destacou que a saída de qualquer membro é sempre uma perda, mas que a organização seguiria comprometida com sua missão de enfrentar desafios globais.
Segundo o G1, a saída dos EUA da Unesco representa um movimento significativo no cenário político e diplomático global. Embora os Estados Unidos mantenham sua poderosa influência em outras frentes, o impacto na Unesco pode ser sentido principalmente em áreas como financiamento e colaboração internacional.
A retirada reflete uma visão isolacionista do governo dos EUA, mas também levanta questões sobre a eficácia das organizações multilaterais em promover políticas educacionais, científicas e culturais no cenário global.