Franz Kafka conta a história de Gregor Samsa, que quando acorda, é uma enorme barata.
A partir dessa transformação, ele enfrenta o abandono e a alienação. Mas, e se um escritor vivesse essa experiência?
A Metamorfose: a transformação de Gregor Samsa
Em A Metamorfose, Gregor Samsa se torna uma gigante e repulsiva barata.
No início, ele tenta lidar com a nova realidade, mas logo percebe a dificuldade de se comunicar com sua família.
À medida que o tempo passa, ele se vê totalmente de lado e sozinho em seu quarto. Uma das leituras para qual Kafka dá abertura, é para a desumanização do ser humano na modernidade.
Assim, a mudança física de Gregor reflete um processo interno de perda de identidade.
Isso nos leva a questionar: até que ponto somos definidos pela nossa função social? E, quando perdemos essa função, nossa humanidade não vale nada?
Imagem: Geração/FDR
Kafka e a Identidade: o processo de alienação
A obra de Kafka reflete uma experiência pessoal do autor, que se sentia incompreendido e isolado. Desse modo, a transformação de Gregor simboliza a desumanização e a perda de identidade.
Estes temas, aliás, se fazem presentes durante momento na própria vida de Kafka.
Imagine, então, um escritor tentando vivenciar essa transformação. Ele se colocando no lugar de Gregor para entender o impacto psicológico de ser uma “barata“.
Se tentasse ser pisado, como Gregor, ele sentiria simbolicamente a impotência e o sofrimento de ser descartado. Essa experiência poderia oferecer uma compreensão mais profunda da alienação que Kafka capta em seu livro.
O legado de Kafka e a reflexão sobre a desumanização
Em A Metamorfose, Kafka abre espaço para vermos uma critica a alienação e a perda de identidade. Embora a transformação de Gregor seja absurda, ela nos faz refletir sobre o que significa ser tratado como algo descartável.
Se um escritor tentasse viver essa experiência, ele entenderia, em parte, como a sociedade pode desumanizar seus membros. No fim, a questão é: em que momento perdemos nossa humanidade?