Reviravolta no mercado de trabalho: trabalhadores preferem modelo autônomo, enquanto a CLT enfrenta declínio

ARAGUARI, MG — O mercado de trabalho brasileiro tem experimentado uma transformação significativa nos últimos anos. A busca por flexibilidade, autonomia e melhores condições de trabalho tem levado muitos profissionais a optarem por modelos de trabalho alternativos à tradicional Consolidação das Leis do Trabalho). Esse movimento está mudando as relações trabalhistas e resultando na queda da CLT.

Reviravolta no mercado de trabalho: trabalhadores preferem modelo autônomo, enquanto a CLT enfrenta declínio. Imagem: Jeane de Oliveira/FDR

Nos últimos tempos, a preferência pelo trabalho autônomo tem crescido, especialmente entre aqueles que desejam mais controle sobre sua rotina e uma remuneração mais condizente com seu esforço. A CLT, que antes era vista como sinônimo de estabilidade, tem perdido terreno. Fatores como a pandemia e a aceleração do trabalho remoto contribuíram para essa mudança, fazendo com que muitos repensassem sua forma de atuação profissional.

Pesquisa aponta reviravolta no mercado de trabalho

Uma pesquisa recente da Folha de S.Paulo, publicada em junho de 2025, revela que o modelo CLT está em declínio, enquanto o trabalho por conta própria ou como freelancer se torna uma alternativa cada vez mais atrativa. Trabalhadores buscam maior liberdade para equilibrar vida pessoal e profissional, além de poder escolher seus próprios projetos. Embora a remuneração variável não ofereça a mesma estabilidade da CLT, ela tem atraído profissionais dispostos a correr riscos em troca de maiores recompensas.

Esse movimento também está impactando as empresas, que começam a reconhecer as vantagens do trabalho autônomo. A flexibilidade de custos e a possibilidade de contratar profissionais altamente especializados para projetos específicos sem vínculo empregatício são apenas algumas das razões pelas quais esse modelo tem se popularizado.

Riscos do mercado de trabalho autônomo

No entanto, essa reviravolta não é uma solução para todos. Enquanto alguns trabalhadores aproveitam a autonomia e flexibilidade, outros enfrentam desafios, como a falta de benefícios sociais garantidos pela CLT, como férias, 13º salário e licença-maternidade. Além disso, a ausência de uma legislação robusta para trabalhadores autônomos gera insegurança, o que pode desmotivar aqueles que desejam adotar esse modelo.

Apesar disso, a tendência de queda da CLT e o aumento do trabalho autônomo continuam em ascensão. As mudanças no mercado de trabalho são evidentes e indicam que, no futuro próximo, um número ainda maior de trabalhadores poderá optar por esse novo formato de atuação.

A transição para o trabalho autônomo reflete o desejo dos brasileiros por mais liberdade e autonomia. No entanto, para que esse modelo seja mais seguro e vantajoso para todos, é essencial que a legislação trabalhista evolua, adaptando-se às novas demandas do mercado e protegendo os direitos dos trabalhadores, independentemente do tipo de vínculo empregatício.

Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.