VITóRIA DA CONQUISTA, BA — O governo federal alertou que a derrubada do veto presidencial relacionado à geração de energia eólica pode resultar em um aumento considerável na conta de luz dos consumidores. A estimativa é de que, até 2040, o impacto total desse ajuste seja de R$ 525 bilhões. A cada ano, a tarifa de energia poderá aumentar em R$ 35,1 bilhões.
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(Imagem: IA/Sora)
Esse aumento na conta de luz deve acontecer devido à revalidação de um dispositivo inserido no projeto original, que tratava exclusivamente do incentivo à energia eólica em alto-mar. O veto do Congresso Nacional pegou a todos de surpresa, inclusive o Governo.
O que motivou o aumento na conta de luz?
Durante a tramitação do projeto de estímulo à energia eólica, parlamentares incluíram artigos não diretamente relacionados ao tema, conhecidos como “jabutis”. O governo federal vetou esses artigos, mas o Congresso Nacional reverteu a decisão e manteve os dispositivos na proposta.
Com a derrubada do veto presidencial, o governo será obrigado a adotar medidas que gerarão custos elevados para o setor de energia. Entre as principais obrigações estão:
- Contratação de energia de pequenas centrais hidrelétricas, com custo estimado em R$ 12,4 bilhões.
- Aquisição de hidrogênio líquido a partir do etanol na Região Nordeste e de energia eólica no Sul, com custo de R$ 1,4 bilhão.
- Prorrogação de contratos de compra de energia do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) por 20 anos, o que representará um aumento de R$ 0,6 bilhão para os cofres públicos.
- Leilões para contratação de térmicas a gás, mesmo sem a necessidade urgente dessa energia, com custo de R$ 20,6 bilhões.
Reações do setor e possível solução
Essas medidas geraram preocupações em diversos setores. Associações que representam empresas de energia alertaram para o impacto financeiro significativo. Um grupo de 12 associações enviou uma carta à Presidência da República, destacando que a implementação dessas mudanças poderia aumentar a conta de luz em até R$ 545 bilhões até 2050.
O presidente Lula, diante do alerta, vetou partes do projeto, mas a reversão dessa decisão no Congresso resultou na manutenção de medidas que podem onerar ainda mais o consumidor.
Para reduzir o impacto financeiro, o governo já anunciou a intenção de editar uma Medida Provisória (MP) nos próximos dias, buscando revisar os pontos mais prejudiciais e reduzir o impacto na tarifa de energia.
Possibilidade de novos aumentos
Embora o governo tenha tomado medidas para diminuir o impacto, outros vetos ainda precisam ser avaliados. Dessa forma, o custo para os consumidores pode aumentar ainda mais, à medida que novas decisões sobre a lei das eólicas forem tomadas.
Diante desse cenário, o governo segue em negociações com o Congresso para ajustar a legislação e reduzir os impactos na conta de luz dos brasileiros. A Secretaria de Relações Institucionais (SRI) e a Casa Civil estão em constante diálogo com o presidente do Senado e líderes da base governista para encontrar soluções que garantam um custo mais baixo para os consumidores.
Essa situação destaca a necessidade de um equilíbrio entre a promoção de fontes de energia renovável, como a energia eólica, e a manutenção da acessibilidade das tarifas de energia para a população. O desfecho dessa negociação será crucial para a economia doméstica de milhões de brasileiros.
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