A estreia de O Agente Secreto no Festival de Cannes despertou grande interesse entre os cinéfilos brasileiros e o público em geral. Dirigido por Kleber Mendonça Filho, o longa-metragem marca mais um passo importante na trajetória internacional do cinema nacional, levando a produção pernambucana para o prestigiado tapete ve)rmelho francês.
para o tapete vermelho de Cannes. (Imagem: @The Upcoming via YouTube/Reprodução)
Mais do que uma simples exibição, O Agente Secreto representa um momento simbólico para o audiovisual brasileiro, ao unir um tema político sensível com uma narrativa intensa e visualmente impactante. Com uma recepção calorosa na França, o filme promete ocupar um espaço de destaque nas premiações e críticas do ano.
Entenda a história de O Agente Secreto
A história se desenrola no calor opressivo de Recife, em 1977, em plena ditadura militar. Marcelo, interpretado por Wagner Moura, é um técnico especializado em tecnologia que retorna à sua terra natal em busca de reconciliação com seu passado. Ao chegar, depara-se com um país marcado pela censura, repressão e feridas ainda abertas.
Conforme avança na cidade, Marcelo se vê envolvido em uma teia de segredos e memórias que o conectam às dores de um Brasil autoritário. A trama é construída como um thriller político, com um clima de tensão constante, onde o protagonista precisa enfrentar não apenas fantasmas pessoais, mas também os horrores do regime militar.
Repercussão internacional
Na estreia em Cannes, O Agente Secreto foi ovacionado por longos 9 minutos de aplausos. Entre os críticos internacionais, o destaque foi para a forma como o diretor retrata o impacto da repressão política de forma sensível e simbólica. David Ehrlich, do IndieWire, comparou o longa com Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, afirmando que ambas as produções dialogam sobre os efeitos da violência de Estado no imaginário coletivo brasileiro.
A crítica internacional aponta que, ao invés de apresentar um discurso explícito, Kleber aposta na construção de atmosferas e símbolos visuais para tratar de apagamentos históricos e da persistência da memória.