VITóRIA DA CONQUISTA, BA — A crise nos Correios preocupa, principalmente os funcionários, após a descoberta de um rombo de R$ 2,6 bilhões. A empresa lançou um plano que envolve a redução da jornada de trabalho e até a suspensão das férias. Medidas devem gerar uma economia de R$ 1,5 bilhão neste ano.

(Imagem: Jeane de Oliveira/ FDR)
A notícia de uma crise nos Correios tem preocupado a população que depende da empresa para receber encomendas. Mas, também acende um alerta especial nos funcionários, que são os mais afetados. Afinal, o plano para enfrentamento tem suspensão de férias, redução da jornada de trabalho e mais.
A situação é tão séria que o prejuízo de R$ 2,6 bilhões é quatro vezes maior que o número registrado no ano anterior. Agora a empresa tem o desafio de reduzir despesas e conta com os funcionários para isso.
Crise nos Correios
Basicamente a crise nos Correios acontece graças ao fato de que apenas15% das agências da estatal estão em superávit, ou seja, as receitas estão maiores que as despesas. Todas as demais agências possuem despesas maiores.
De acordo com a empresa, a crise se instalou graças a alguns fatores, entre eles os aumentos dos custos operacionais, em relação a 2023 o aumento foi de R$ 716 milhões, fazendo o custo passar de R$ 15,2 bilhões para R$ 15,9 bilhões. Esse é o maior custo operacional da empresa desde 2017.
A maior parte desse aumento foi com os gastos com pessoa, que passaram de R$ 9,6 bilhões em 2023 para R$ 10,3 bilhões em 2024, segundo o G1. A empresa justifica que esse aumento aconteceu por causa de um Acordo Coletivo de Trabalho assinado com mais de 81 mil funcionários, custando R$ 550 milhões para a estatal.
Além disso, a taxação das compras internacionais também pode ter contribuído com essa crise, afinal, muitas pessoas deixaram de comprar. Apesar de a empresa não confirmar, a falta de investimento público também pode ter contribuído com essa situação.
Plano para enfrentamento da crise nos Correios
Confira quais são as medidas adotadas pelos Correios para o enfrentamento da crise:
- Revisão da estrutura dos Correios Sede: redução de, pelo menos, 20% de todo orçamento de funções (redução dos cargos comissionados);
- Incentivo à redução da jornada de trabalho: Até então os funcionários tinham 8h diárias e 44h Seaman si de trabalho, agora terão 6 horas diárias e 34h semanais.
- Suspensão temporária de férias: a partir de 1º de junho de 2025, aplicável às férias deste ano, que poderão ser usufruídas a partir de janeiro de 2026;
- Prorrogação das inscrições para o Programa de Desligamento Voluntário (PDV): os colaboradores têm até 18 de maio de 2025, sendo que os requisitos de elegibilidade estão mantidos;
- Incentivo à transferência, voluntária e temporária, de agente de correios: para o empregado o pagamento do adicional de atividade será o mais vantajoso;
- Convocação para o retorno ao regime de trabalho presencial: todos os colaboradores estão obrigados a retornarem ao trabalho presencial a partir de 23 de junho de 2025, exceto aqueles protegidos por decisão judicial;
- Lançamento de novos formatos de planos de saúde: a escolha da rede credenciada será feita em conjunto com os sindicatos, o objetivo é economizar 30%.
- Lançamento do marketplace próprio: o que deve acontecer ainda neste ano de 2025;
- Captação de R$ 3,8 bilhões com o New Development Bank (NDB): valor que será usado para investimentos internos.
- Aumento de despesas.