Governo acende sinal vermelho com alta nos custos do BPC, e pode cortar benefícios

Em 2024, o número de brasileiros que receberam recursos de programas sociais aumentou. O IBGE revelou que foi identificado um aumento na proporção de domicílios com pessoas que receberam o Benefício da Prestação Continuada (BPC). O custo previsto para este ano é de R$140,1 bilhões neste ano. Essas despesas acenderam um sinal vermelho com altas nos custos nos próximos anos. 

Segundo o Seu Crédito Digital, o crescimento está relacionado a três fatores principais: reajustes no salário mínimo, aumento das concessões judiciais e ampliação do acesso. 

Como o valor do BPC é vinculado ao piso nacional, cada reajuste eleva o custo total do programa. Além disso, o envelhecimento da população brasileira e o crescente número de decisões judiciais favoráveis têm impulsionado o número de beneficiários.

Benefícios do BPC serão cortados?

Os benefícios não serão cortados. No entanto, para conter esse avanço, o governo tem adotado medidas como a revisão cadastral obrigatória a cada dois anos, exigência do código CID na análise de deficiência e uso de biometria. 

As ações têm o objetivo de garantir que apenas pessoas que realmente atendam aos critérios legais mantenham o benefício, reduzindo fraudes e pagamentos indevidos.

Apesar disso, especialistas alertam que as projeções de gastos podem estar subestimadas, especialmente devido à judicialização crescente e à complexidade de monitorar os dados dos beneficiários. 

O governo também considera melhorias estruturais para tornar o BPC mais sustentável. Entre as propostas estão a padronização das avaliações médicas, o uso de sistemas digitais para cruzamento de dados e a integração com políticas públicas complementares, como programas de qualificação profissional e atendimento domiciliar.

Mesmo com os esforços de controle, o desafio permanece: equilibrar a proteção social dos mais vulneráveis com a responsabilidade fiscal. 

De acordo com o Extra, programas sociais já respondem por 3,8% da renda das famílias brasileiras.

Marina Costa SilveiraMarina Costa Silveira
Jornalista formada pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Com experiência em redação, redes sociais e marketing digital. Atualmente, cursando o MBA em Marketing, Branding e Growth pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).