ESCÂNDALO dentro do governo Lula revela instabilidade no bolso dos aposentados

O bolso dos aposentados voltou ao centro das atenções após a saída do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, em meio a denúncias de fraudes bilionárias envolvendo descontos irregulares em benefícios do INSS. A crise escancarou uma série de falhas na fiscalização e gerou forte instabilidade para quem depende da aposentadoria para sobreviver.

ESCÂNDALO dentro do governo Lula revela instabilidade
no bolso dos aposentados. (Imagem: Jeane de Oliveira/ FDR)

Com impactos diretos no bolso dos aposentados, o escândalo levanta questionamentos sobre a conduta de entidades envolvidas e a demora do governo em agir, mesmo diante de alertas oficiais. O prejuízo estimado chega a R$ 6,3 bilhões, afetando milhares de beneficiários em todo o país.

Instabilidade no bolso dos aposentados 

A investigação, conduzida pela Polícia Federal em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), identificou a atuação de associações de classe que realizavam descontos indevidos nos benefícios de aposentados e pensionistas. Supostamente, essas entidades ofereciam serviços como assessoria jurídica, planos de saúde e convênios, com a cobrança autorizada apenas mediante consentimento formal dos beneficiários.

No entanto, a apuração revelou que a maioria das autorizações era fraudada. As assinaturas eram falsificadas para justificar os descontos diretos nas folhas de pagamento do INSS, lesando severamente os aposentados.

A especialista Laura Alvarenga, colaboradora do FDR, traz detalhes sobre a fraude bilionária no INSS.

Alerta ignorado por um ano

Documentos do Conselho Nacional da Previdência Social mostram que os primeiros alertas sobre as irregularidades foram feitos em junho de 2023. Mesmo ciente da situação, o então ministro Carlos Lupi postergou ações efetivas. Ele alegou que o volume de beneficiários dificultava uma resposta imediata e que seria necessário um levantamento detalhado.

Somente em março de 2024 o INSS publicou novas normas para controlar os descontos, restringindo a atuação das associações. Já em abril, a Polícia Federal deflagrou a Operação Sem Desconto, que resultou em prisões, apreensões e bloqueio de bens de suspeitos envolvidos no esquema.

Demissões e consequências políticas

A pressão aumentou com a saída de Alessandro Stefanutto da presidência do INSS e, em seguida, com o pedido de demissão de Carlos Lupi, que havia assumido o ministério no início do governo Lula. Apesar de não ter sido citado diretamente nas investigações, Lupi afirmou que colaborou com os órgãos de controle e reforçou a importância de identificar e punir os responsáveis.

O episódio gera desgaste político para o governo e coloca em xeque a proteção social dos aposentados, justamente em um dos maiores programas sociais do país.