O uso do Pix facilitou transferências e pagamentos no dia a dia, mas também gerou dúvidas sobre como essas movimentações financeiras devem ser tratadas na hora de prestar contas à Receita Federal. Quando se fala em imposto de renda, é essencial entender que nem todo Pix precisa ser declarado, tudo depende da natureza do valor recebido ou pago.

declarar no Imposto de Renda. (Imagem: Jeane de Oliveira/ FDR)
Muitas pessoas se perguntam se o simples fato de fazer ou receber uma transferência via Pix gera a obrigação de declarar no imposto de renda. A resposta não é tão direta: o que importa não é o meio de pagamento, e sim se aquele valor representa um rendimento tributável ou não.
Declarar no Imposto de Renda
Se o Pix foi utilizado como forma de pagamento por um serviço prestado ou por recebimentos que configuram renda, como aluguel, pensão alimentícia ou venda de um bem, então o valor precisa ser informado na declaração. Por exemplo, um profissional liberal que recebe por seus serviços via Pix deve declarar esse valor como parte de sua renda anual.
Da mesma forma, se o contribuinte pagou a outra pessoa física, mesmo que não haja direito à dedução, esse pagamento também deve constar na declaração. Isso vale independentemente se foi feito por dinheiro, DOC, TED ou Pix.
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Situações que não precisam ser declaradas
Por outro lado, pequenas transferências do dia a dia, como dividir a conta de um restaurante com amigos, devolver um valor emprestado ou participar de uma vaquinha entre colegas, não precisam ser incluídas na declaração. Esses exemplos não representam rendimentos e, portanto, não configuram obrigação de informar à Receita.
Governo monitora todos os Pix?
É importante deixar claro que o governo não monitora automaticamente todas as transações via Pix nem impõe cobrança de imposto direta sobre esses valores. O que determina a obrigatoriedade da declaração é o tipo de operação e se ela se enquadra como rendimento, não o meio utilizado para a transação.
Assim, o contribuinte deve sempre avaliar se aquele valor recebido ou pago tem relevância tributária. Em caso de dúvida, consultar um contador ou verificar as orientações oficiais da Receita Federal pode evitar problemas futuros.