Fraude do INSS: Governo Federal deve elaborar planejamento para devolver mais de R$ 6,3 milhões de descontos indevidos

A Polícia Federal identificou uma série de fraudes com descontos indevidos feitos nos benefícios de 2 milhões de aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que causaram um prejuízo de R$6,3 bilhões. O Governo Federal está elaborando um plano para ressarcir os segurados prejudicados com a fraude.  

Fraude do INSS: Governo Federal deve elaborar planejamento para devolver mais de R$6,3 milhões de descontos indevidos
Imagem: Jeane de Oliveira / FDR

O prejuízo é estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. As cobranças indevidas afetaram majoritariamente aposentados de baixa renda. O INSS já suspendeu os descontos de mensalidades dessas entidades nos benefícios de 2,3 milhões de segurados entre janeiro de 2023 a abril de 2025.

Segundo o jornal O Globo, a diretora de Orçamentos e Finanças e Logística do INSS, Débora Floriano, informou que deverão apresentar um plano para o ressarcimento dos valores descontados dos segurados.

No entanto, o Governo ainda não faz ideia de como isso seria feito.

Entenda como funcionava fraude que desviou R$6,3 bilhões no INSS

A operação da PF aconteceu em 32 municípios de 13 estados e no Distrito Federal. Foram executados 211 mandados de busca e apreensão. Seis prisões provisórias foram determinadas e cinco foram presas. Uma continua foragida.

Veja como funcionava a fraude:

  • Muitas das entidades que realizavam os descontos não tinham estrutura física, funcionários ou serviços reais.

  • As assinaturas eram forjadas para simular a autorização de aposentados e pensionistas para se associarem às entidades.

  • Com as assinaturas falsificadas, as entidades conseguiam autorização para descontar mensalidades diretamente dos benefícios pagos pelo INSS.

  • 72% das entidades não apresentaram documentação básica exigida pelo INSS, como estatutos e listas de associados.

  • Os aposentados não sabiam. Segundo a CGU, 98% dos beneficiários entrevistados disseram nunca ter autorizado os descontos.

  • Algumas entidades apresentaram crescimento suspeito no faturamento após firmarem convênios com o INSS.

  • O prejuízo é estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.

  • As cobranças indevidas afetaram majoritariamente aposentados de baixa renda.

O INSS suspendeu os descontos de mensalidades dessas entidades nos benefícios. Apenas descontos com autorização biométrica serão permitidos.

Além disso, a Justiça determinou o afastamento de 6 agentes públicos, entre eles, o Alessandro Stefanutto, presidente do INSS (já foi demitido).

Marina Costa SilveiraMarina Costa Silveira
Jornalista formada pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Com experiência em redação, redes sociais e marketing digital. Atualmente, cursando o MBA em Marketing, Branding e Growth pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).