O tomate voltou a pesar no bolso dos consumidores brasileiros em abril, figurando como um dos itens com maior alta no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo — 15 (IPCA-15). A forte valorização do fruto foi uma das responsáveis por impulsionar os preços de alimentos e bebidas, que lideraram a inflação do mês.
em abril; confira a lista completa. (Imagem: Jeane de Oliveira/ FDR)
Além do tomate, o aumento expressivo no custo do café e do leite também chamou atenção, compondo um cenário de preocupação para quem já sente os efeitos da alta no supermercado. Com isso, entender os fatores que levaram à elevação desses produtos se torna fundamental para o planejamento doméstico.
A especialista Daniele Gomes, colaboradora do FDR, traz dicas de como economizar na feira.
Tomate com safra afetada
As condições climáticas adversas impactaram diretamente a produção de tomate no país. O final da safra de verão e a ocorrência de fortes chuvas e calor excessivo dificultaram o desenvolvimento das lavouras, reduzindo a oferta do produto no mercado.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a quantidade de tomates disponíveis em março foi 3,3% menor do que em fevereiro, acentuando a pressão sobre os preços. Apesar da alta recente, a expectativa é que a entrada da safra de inverno ajude a equilibrar a oferta nos próximos meses e reduza, ou ao menos contenha, o ritmo da alta.
No caso do café, o impacto do clima também foi significativo. O calor excessivo prejudicou plantações não apenas no Brasil, mas também em outros grandes produtores, como o Vietnã. Com menos café disponível, a demanda global aquecida e o fortalecimento do dólar incentivaram a exportação, diminuindo a quantidade destinada ao mercado interno.
O leite também apresentou aumento de preços em abril. O principal motivo foi a maior procura por parte das indústrias, que estão disputando o leite cru para atender à demanda de derivados como queijos e iogurtes.
Além disso, o custo de produção da pecuária leiteira subiu, puxado especialmente pela valorização de insumos de alimentação animal, como apontou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Com mais despesas no campo, o impacto chega inevitavelmente ao consumidor.