VITóRIA DA CONQUISTA, BA — Em março a alta dos alimentos acabou afetado a inflação, que também foi influenciada por outros itens. Inclusive, o IBGE aponta que todos os produtos e serviços tiveram alta no último mês. Mas, é justamente no mercado que o seu dinheiro some.
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Imagem: Jeane de Oliveira/ FDR
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE acaba de divulgar que a inflação ficou em 0,56% em março. O percentual representa uma queda em relação ao mês anterior, quando foi registrado 1,31%. No entanto, no último mês a alta dos alimentos acabou influenciando no percentual, que poderia ter sido menor.
Segundo os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), todos os grupos de serviços e produtos tiveram alta no último mês.
Alta dos alimentos afeta inflação
Na categoria de alimentação e bebidas o aumento foi de 0,70% para 1,17%, impactando em 0,25 ponto percentual (p.p.) no índice geral, informa o IBGE.
O acumulado dos últimos 12 meses passou para 5,48% em março, percentual acima dos 5,06% do mês anterior. Em relação ao ano passado o IPCA acumula uma alta de 2,04%. E detalhe, os alimentos e bebidas respondem por 45% desse aumento de março.
Alimentos em alta
No acumulado do ano, a alta dos alimentos foi de 2,04%, sendo que em março do ano passado a variação era de 0,16%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O IBGE afirma que os alimentos são responsáveis por 45% do índice do mês.
Entres os alimentos que mais subiram de preço o destaque vai para:
- Tomate (22,55%)
- Ovo de galinha (13,13%)
- Café moído (8,14%)
Só esses três itens são responsáveis por ¼ da inflação de março. O café moído é o produto que mais tem subido de preço, acumulando uma alta de 77,78% nos últimos 12 meses. Segundo o gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves, esse aumento foi impulsionado pelo aumento do preço do café no mercado internacional, que foi motivado pelas adversidades climáticas que levaram a uma queda na oferta dos grãos da safra do Vietnã.
“Para o tomate, com o calor dos meses de verão, houve uma aceleração na maturação, levando a antecipação da colheita em algumas praças. Sem essas áreas de colheita em março, houve uma redução na oferta, trazendo pressão de alta sobre os preços. Para os ovos, houve aumento por conta do custo do milho, base da ração das aves, além de estarmos no período de quaresma, com maior demanda por essa proteína”, acrescenta o gerente da pesquisa.
Grupos que impactam a inflação
Não foi apenas a alimentação e bebidas que influenciou o IPCA, outros setores também contribuíram com o aumento. Entre eles o grupo de transportes, que foi o segundo responsável pelo aumento.
A variação do segmento foi de 0,46%, impactando em 0,09 p.p. em março após ter desacelerado em fevereiro. Esse resultado foi influenciado pelo aumento das passagens aéreas e dos combustíveis.
Yasmin Souza, especialista do FDR, comenta mais sobre a alta dos combustíveis, entenda se os reajustes já terminaram.
Na terceira posição estão as despesas pessoais, que tiveram uma variação de 0,13% em fevereiro para 0,70% em março.
“A aceleração em relação a fevereiro foi puxada pelo subitem cinema, teatro e concertos (7,76%), com o fim da semana do cinema que, deu descontos nos ingressos em fevereiro”, explica o gerente.
Além disso, outros grupos também tiveram aceleração de preços no último mês: Vestuário (0,00% para 0,59%) e Comunicação (0,17% para 0,24%).
Grupos com queda de preços
Por outro lado, o setor de habitação teve uma queda, passando de 4,44% em fevereiro, para 0,24% em março. Além disso, a energia elétrica residencial, subitem de maior peso no grupo, teve redução de 16,80% em fevereiro para 0,12% em março.
Outros grupos também se destacam pela desaceleração em março:
- Artigos de residência (de 0,44% para 0,13%)
- Saúde e cuidados pessoais (0,49% para 0,43%)
- Educação (4,70% para 0,10%).
“Compõem essa variação o reajuste em uma das concessionárias do Rio de Janeiro e aumentos e reduções nas alíquotas de Pis/Cofins das concessionárias”, explica Gonçalves.