R$ 2 bilhões sumiram do bolso dos aposentados: INSS e entidades são alvo de investigação bombástica

VITóRIA DA CONQUISTA, BA — Mesmo após uma investigação apontar os descontos indevidos o INSS e entidades ainda possuam vínculo. Ao todo R$ 2 bilhões sumiram do bolso dos aposentados apenas nessa prática. A preocupação agora é que esse golpe continue fazendo vítimas; entenda melhor.

R$ 2 bilhões sumiram do bolso dos aposentados: INSS e entidades são alvo de
investigação bombástica
Imagem: FDR

Um ano depois de uma investigação apontar descontos irregulares dos benefícios, as associações responsáveis pela prática ainda estão vinculadas ao INSS. R$ 2 bilhões sumiram do bolso dos aposentados só com descontos indevidos. E elas continuam arrecadando milhões com essa prática criminosa.

E detalhe, essas entidades já entraram na mira do Instituto Nacional de Previdência Social, da polícia e de alguns órgãos de controle, como a Controladoria-Geral da União (CGU).

R$ 2 bilhões sumiram do bolso dos aposentados

O montante foi apurado pelo Metrópoles, e representam o acumulado dos descontos feitos entre abril de 2024 e março deste ano. Também foi o portal que revelou, um ano atrás, que esses descontos indevidos estavam sendo feitos.

Na ocasião o Metrópoles descobriu que as entidades tinham aumentado em 300% suas receitas com cobranças e mensalidades associativas, isso só no período de um ano. Enquanto isso aumentaram as queixas e processos judiciais movidos por aposentados sobre cobranças indevidas em seus benefícios.

Depois que a notícia se espalhou o INSS abriu investigação interna para apurar a irregularidade dos descontos. Se comprovado que eles são feitos sem autorização o Instituto pode rescindir os acordos de cooperação técnica dessas associações e assim elas deixariam de poder fazer os descontos.

A lista tem 21 entidades apontadas por práticas ilegais de descontos indevidos nos benefícios.

Outra auditoria interna apontou que entidades suspeitas de fraude realizaram pelo menos R$ 45 milhões em descontos indevidos. Os documentos foram enviados à CGU e à Polícia Federal (PF), que estão investigando.

Assinaturas suspeitas

Uma das situações que podem levar aos descontos indevidos é justamente a assinatura suspeita. Nessa situação o desconto é autorizado por uma suposta assinatura do segurado. Acontece que a grafia do documento e a letra do cidadão geralmente não batem.

Nesses casos o segurado pode pedir o ressarcimento e cancelar os descontos diretamente com o INSS.

Medidas do INSS para evitar os descontos indevidos

Com tantas denúncias de descontos irregulares o INSS decidiu adotar medidas que vão garantir que os aposentados e pensionistas não sejam vítimas desse golpe.

“O trabalho do INSS não para no pagamento da aposentadoria ou da pensão, ele também atua na manutenção do benefício e na proteção dos beneficiários”, explica o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.

Confira algumas das medidas adotadas desde o ano passado:

  • Limite de descontos
  • A Instrução Normativa PRES/INSS nº 162, foi publicada em 15 de março do ano passado para definir regras de regulamentação dos descontos, confira:
  • O limite de desconto permitido ficou definido em 1%;
  • Não poderá haver mais de uma dedução de mensalidade associativa por benefício;
  • O desconto deve ser autorizado pelo segurado, procurador ou representante legal (curador, guardião ou tutor);
  • Apenas as empresas que firmarem Acordos de Cooperação Técnica (ACT) poderão fazer os descontos.

Verificação de desconto

Os segurados contam hoje com um novo recurso, a consulta de “mensalidade associativa” já na tela inicia do Meu INSS. Assim ao identificarem um desconto não autorizado podem pedir o cancelamento.

Devolução

Ao acessar o contracheque do seu benefício você encontra um 0800 que pode ser usado para a solicitação de devolução do desconto indevido. Também é possível enviar um e-mail para acordo.mensalidade@inss.gov.br, informando o ocorrido.

Enviando essa mensagem você notifica o INSS sobre o desconto indevido e o Instituto entra em contato com a entidade responsável.

Laura Alvarenga, especialista do FDR, ensina como calcular o valor da sua aposentadoria.

 

Jamille NovaesJamille Novaes
Formada em Letras Vernáculas pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), a produção de texto sempre foi sua paixão. Já atuou como professora e revisora textual, mas foi na redação do FDR que se encontrou como profissional. Possui curso de UX Writing para Transformação Digital, Comunicação Digital e Data Jornalismo: Conceitos Introdutórios; e de Produção de Conteúdos Digitais.