A recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a revisão da vida toda trouxe alívio para milhares de aposentados que já haviam conquistado decisões favoráveis na Justiça. Mesmo com a reversão do entendimento que antes permitia o cálculo das aposentadorias, os beneficiários que já estavam recebendo valores corrigidos não precisarão devolver os recursos.

esses aposentados podem respirar aliviados. (Imagem: Jeane de Oliveira/ FDR)
Essa definição sobre a revisão da vida toda representa um marco para a estabilidade financeira desses segurados e encerra um período de incertezas jurídicas. Apesar da frustração para quem ainda esperava uma decisão positiva em ações pendentes, o julgamento do STF garantiu que os valores já pagos serão mantidos, reforçando o princípio da segurança jurídica.
Decisão da revisão da vida toda
Na modulação aprovada pelo Supremo, ficou estabelecido que todos os aposentados que tiveram decisões judiciais favoráveis, mesmo que provisórias, até 5 de abril de 2024 estão protegidos. Esses segurados não precisarão devolver os valores recebidos, nem arcar com custos adicionais, como honorários advocatícios ou perícias.
Segundo o STF, a medida foi tomada para respeitar o princípio da confiança legítima, que garante aos cidadãos o direito de confiar nas decisões judiciais que, até então, estavam em vigor. O voto que propôs a modulação foi do ministro Dias Toffoli e teve apoio unânime da Corte.
Revisão da vida toda pode mudar valor do benefício dos aposentados? A especialista Laura Alvarenga, colaboradora do FDR, explica.
Entenda a revisão da vida toda
A tese da revisão permitia que aposentados incluíssem, no cálculo do benefício, contribuições feitas antes de julho de 1994, data de implantação do Plano Real. Para muitos segurados, isso significava um aumento no valor da aposentadoria, já que parte dos salários mais altos poderia ter ficado fora da conta oficial do INSS.
Essa possibilidade foi inicialmente reconhecida pelo STF em 2022, mas voltou a ser discutida devido ao impacto fiscal estimado. O novo julgamento, no entanto, reverteu a decisão anterior, encerrando definitivamente a chance de novas ações com base na tese.
E quem ainda tinha ação em andamento?
Para os aposentados que tinham processos tramitando na Justiça sem decisão favorável até o prazo definido, a decisão do STF representa um ponto final. Os tribunais já começaram a extinguir essas ações, e os especialistas afirmam que não há mais caminhos viáveis para tentar aplicar a revisão.
De acordo com advogados previdenciaristas, a definição do STF encerra o debate judicial sobre o tema, mas garante que os que já recebiam valores ajustados não terão prejuízos financeiros.