SALESóPOLIS, SP — O preço dos alimentos, a alta da inflação, os juros crescendo cada vez mais, todos esses fatores somados resultam em um grupo de brasileiros desesperados com poucos recursos. Uma pesquisa mostrou que cresceu o medo da população em não conseguir sustentar sua casa.

(Foto: Jeane de Oliveira/FDR)
A consultoria Quiddity em parceria com a agência de comunicação ágora, do ecossistema Untold, ouviu 1.396 brasileiros. Os dados preocupam, porque um terço da população ouvida avalia sua condição financeira como ruim ou péssima.
De acordo com o levantamento, a preocupação com a “garantia do sustento” foi citada por 56% dos entrevistados, o que representa crescimento de 9 pontos percentuais na comparação com a edição de 2024 da pesquisa.
Logo em seguida vem a preocupação em pagar dívida com bancos (47%). O que indica que o medo de não conseguir garantir o sustento da família está diretamente ligado ao fato de ter dívidas.
Brasileiros acreditam na melhora da situação econômica?
Os brasileiros acreditam que não. O levantamento mostrou que 39% dos brasileiros entendem que, em geral, o Brasil vai piorar ou piorar muito. Na pesquisa do ano passado, 30% dos entrevistados tinham essa expectativa.
A perspectativa negativa vem principalmente de quem já vive em uma situação financeira mais difícil. Enquanto isso, 33% dos entrevistados disseram, em janeiro deste ano, ter condição financeira ótima ou boa.
Para os entrevistados, a maior preocupação para este ano é guardar dinheiro (52%) e viajar (37%). Um cenário muito diferente de quem vive em situação de baixa renda, precisando reinventar seu orçamento para garantir o sustento da família.
“o Brasil sempre se destacou pela resiliência do seu povo, mas estamos diante de uma conjuntura que testa profundamente esse limite”, disse Rebeca Gharibian, sócia-diretora da Quiddity, segundo o Infomoney.
Ela disse ainda que a instabilidade política, econômica, climática e digital traz impactos diretos para a vida do brasileiro que se sente mais cansado.
Na pesquisa os brasileiros foram questionados sobre quais seriam as suas fontes de estresse e ansiedade. E assinalaram as mudanças climáticas (44%), sobrecarga na vida pessoal (32%) e ansiedade diante das transformações tecnológicas (28%).