ARAGUARI, MG — A alta nos preços dos alimentos tem impactado significativamente as compras do supermercado, tornando-se uma preocupação central para muitas famílias brasileiras. Em fevereiro de 2025, o custo dos alimentos no Brasil aumentou 7% em relação ao mesmo período do ano anterior, refletindo uma tendência inflacionária que afeta diretamente o orçamento doméstico.

Esse cenário é especialmente desafiador para famílias de baixa renda. Um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre) revelou que os gastos com alimentação representam 22,6% da renda de famílias que ganham entre 1 e 1,5 salário mínimo. Em contraste, para famílias de renda mais alta, esse percentual é de 11,3%.
A inflação dos alimentos não afeta todas as faixas de renda da mesma maneira. Famílias com menor poder aquisitivo destinam uma parcela maior de sua renda para a alimentação, tornando-as mais vulneráveis às flutuações de preços. Por exemplo, itens básicos como café, carnes bovinas e leite tiveram aumentos significativos no primeiro trimestre de 2025, com altas de 22,3%, 15,8% e 12,6%, respectivamente.
Esse aumento nos preços dos alimentos pode levar famílias de baixa renda a reduzir o consumo de produtos essenciais ou buscar alternativas menos nutritivas, comprometendo a qualidade da alimentação e, consequentemente, a saúde.
Dicas para economizar nas compras do supermercado
Diante desse cenário desafiador, é fundamental adotar estratégias que auxiliem na economia durante as compras do supermercado. Aqui estão algumas sugestões práticas:
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Planeje suas refeições e faça uma lista de compras: Elabore cardápios semanais ou mensais e, com base neles, faça uma lista dos itens necessários. Isso evita compras por impulso e assegura que você adquira apenas o que realmente precisa.
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Estabeleça um orçamento: Defina um valor máximo para gastar no supermercado e procure não ultrapassá-lo. Isso ajuda a manter o controle financeiro e a priorizar produtos essenciais.
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Compare preços e aproveite promoções: Pesquise os preços em diferentes estabelecimentos e fique atento às promoções. Aplicativos e sites podem auxiliar nessa comparação, permitindo identificar as melhores ofertas.
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Prefira marcas próprias e produtos genéricos: Muitas vezes, produtos de marcas próprias dos supermercados têm qualidade semelhante aos de marcas renomadas, porém com preços mais acessíveis.
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Compre produtos da estação: Frutas, legumes e verduras da estação costumam ser mais baratos e frescos. Além disso, adquirir produtos a granel pode ser mais econômico do que os embalados.
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Evite desperdícios: Armazene os alimentos corretamente para aumentar sua durabilidade e utilize sobras em novas receitas. Isso reduz a necessidade de novas compras e aproveitar ao máximo os produtos adquiridos.
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Evite fazer compras com fome ou acompanhado de crianças: Ir ao supermercado com fome ou com crianças pode levar a compras por impulso de itens desnecessários ou menos saudáveis.
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Pague à vista sempre que possível: Evite parcelar as compras do supermercado. Pagamentos à vista ajudam a manter o controle dos gastos e evitam o acúmulo de dívidas.
Lista dos alimentos mais caros em abril
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Café: O café moído acumulou uma alta de 50,35% nos últimos 12 meses até janeiro de 2025, devido a condições climáticas adversas que afetaram a produção.
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Carnes bovinas: As carnes bovinas tiveram um aumento de 15,8% no primeiro trimestre de 2025, influenciado por fatores como demanda externa e custos de produção elevados.
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Leite e derivados: Produtos lácteos registraram alta de 12,6% no mesmo período, refletindo custos de produção e logística.
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Açúcar: O preço do açúcar aumentou 11,4%, impactado por oscilações no mercado internacional e condições climáticas.
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Arroz: Este item básico teve uma elevação de 10,9%, devido a fatores como custos de produção e demanda interna.
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Óleo de soja: O óleo de soja apresentou alta de 9,7%, influenciado por fatores como exportações e custos de produção.
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Frutas cítricas (Laranja e Limão): Essas frutas tiveram aumento de 8,5%, devido a problemas climáticos que afetaram as safras.
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Abacate: Registrou um aumento de 68,77% nos últimos 12 meses, impactado por escassez de oferta e alta demanda.
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Tangerina: Teve alta de 68,56%, devido a fatores climáticos adversos que reduziram a produção.
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Laranja lima: Apresentou aumento de 59,56%, influenciado por condições climáticas que afetaram as lavouras.
Esses aumentos refletem uma combinação de fatores, incluindo condições climáticas adversas, custos de produção elevados e demanda externa aquecida, que juntos pressionam os preços dos alimentos no mercado interno.
Perspectivas para o futuro
Economistas preveem que a inflação dos alimentos continuará a ser um desafio em 2025, influenciada por fatores como a valorização do dólar e questões climáticas que afetam a produção agrícola. No entanto, o governo projeta uma inflação geral de 4,8% para o ano, com expectativa de queda nos preços dos alimentos nos próximos meses.
Diante desse cenário incerto, é essencial que as famílias brasileiras adotem hábitos de consumo conscientes e estratégias de economia para minimizar o impacto da alta dos preços dos alimentos em seu orçamento. Manter-se informado sobre as tendências de mercado e ajustar os hábitos de consumo são passos fundamentais para atravessar períodos de instabilidade econômica.
Em resumo, embora o aumento nos preços dos alimentos represente um desafio significativo, especialmente para as famílias de baixa renda, a adoção de práticas de consumo consciente e planejamento financeiro pode ajudar a mitigar os impactos e garantir uma alimentação adequada sem comprometer o orçamento familiar.