Comunicado urgente do Pé-de-Meia levanta suspeitas

Criado para ajudar a redução da evasão escolar no ensino médio, o programa Pé-de-meia é uma grande aposta do governo Lula. Porém, uma reportagem do Estadão revelou dados preocupantes que levantaram suspeitas sobre o funcionamento do programa. Entenda o que foi identificado. 

Comunicado urgente do Pé-de-Meia levanta suspeitas
Imagem: Jeane de Oliveira / FDR

 

Na apuração, o jornal Estadão percebeu problemas relacionados à implementação do programa, especialmente em relação à quantidade de beneficiários e falta de consistência de dados. Existem cidades, como Riacho de Santana, na Bahia, Porto de Moz, no Pará, e Natalândia, em Minas Gerais, onde o número de beneficiários do programa ultrapassa o de estudantes matriculados.

Isso acabou levantando questões sobre a gestão do programa e a precisão dos registros de matrícula e frequência.

Yasmin Souza, especialista do FDR, comenta sobre o calendário de pagamentos do programa deste mês, confira.

Entenda o que está acontecendo com o Pé-de-Meia

  • A reportagem do Estadão revelou que o número de beneficiários é maior que o de alunos matriculados;

  • Em várias cidades, o número de pessoas que receberam o benefício foi superior ao número de alunos matriculados nas escolas locais;

  • Em Riacho de Santana, o programa foi pago a 1.231 pessoas, enquanto o colégio tinha apenas 1.024 alunos matriculados

  • Em alguns casos, como em Elísio Medrado (BA), a diferença nos números foi causada por erros no envio de dados por parte das Secretarias estaduais de Educação, com o MEC corrigindo os registros posteriormente;

  • O programa tem como requisito a renda familiar de até meio salário mínimo por pessoa;

  • No entanto, em alguns casos, foram identificados beneficiários que estavam fora desse critério;

  • Exemplo disso são professores e funcionários públicos com salários superiores ao limite estabelecido, mas que ainda assim estavam registrados como responsáveis por jovens que receberam o benefício.

  • Algumas cidades, como Quixabá (PB) e Alcântara (MA), apresentaram taxas de cobertura acima de 90% dos alunos matriculados, devido ao perfil socioeconômico das localidades.

  • O MEC afirmou que a responsabilidade pelas informações prestadas é das Secretarias estaduais de Educação, mas que oferece apoio técnico e monitoramento para corrigir possíveis inconsistências.

  • O MEC também destacou que o alto percentual de beneficiários pode ocorrer devido ao contexto socioeconômico dessas cidades, o que justifica uma maior adesão ao programa.

 

Marina Costa SilveiraMarina Costa Silveira
Jornalista formada pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Com experiência em redação, redes sociais e marketing digital. Atualmente, cursando o MBA em Marketing, Branding e Growth pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).