Não tem mais volta e agora é martelo batido sobre o fim do horário de verão? Veja o que está em debate

O horário de verão sempre foi um tema polêmico, gerando debates acalorados sobre seus impactos e eficácia. Criado para aproveitar melhor a luz natural e reduzir o consumo de energia elétrica, o modelo foi adotado por diversos países ao longo da história, mas hoje encontra forte resistência e pode estar com os dias contados.

Não tem mais volta e agora é martelo batido sobre o fim
do horário de verão? Veja o que está em debate. (Imagem: Arquivo/Agência Brasil)

Na União Europeia, a discussão sobre o horário de verão se arrasta há anos, sem um consenso entre os 27 países do bloco. No Brasil, a prática foi suspensa em 2019 e, apesar de alguns estudos sugerirem sua volta, até agora não houve decisão definitiva. Mas afinal, o que está em jogo e quais são os próximos passos?

Fim do horário de verão?

Na próxima semana, os europeus terão que adiantar seus relógios em uma hora para dar início ao horário de verão. Apesar de ser um costume tradicional, a prática tem recebido cada vez mais críticas, principalmente por seus possíveis impactos negativos na saúde e na segurança viária.

A Comissão Europeia propôs o fim do horário de verão em 2018, após uma consulta com quase 4 milhões de pessoas, das quais a maioria votou a favor do fim. O Parlamento Europeu deu sinal verde para a mudança, mas a decisão esbarrou na falta de consenso entre os países-membros, deixando a questão em aberto.

Agora, a Polônia, que ocupa a presidência rotativa da UE até julho, quer retomar o debate e iniciar consultas informais para encontrar uma solução. No entanto, muitos países argumentam que o tema não é prioritário diante de outras crises, como a guerra na Ucrânia e as tensões comerciais com os Estados Unidos.

A especialista Lila Cunha, colaboradora do FDR, alerta sobre reajuste na conta de luz que pode deixar tudo mais caro para os consumidores.

Horário de verão x Brasil

O Brasil adotou o horário de verão por décadas, mas a prática foi encerrada em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na época, estudos do Ministério de Minas e Energia apontaram que a mudança no relógio já não trazia redução significativa no consumo elétrico e poderia causar impactos negativos na saúde da população.

Apesar disso, em anos recentes, setores da economia pressionaram pela retomada do horário de verão, principalmente o de turismo e serviços. Em 2023, chegou a ser realizada uma nova avaliação sobre os impactos da medida, mas até agora nenhuma decisão foi tomada pelo governo federal.