ARAGUARI, MG — Recentes mudanças nas regras do BPC (Benefício de Prestação Continuada) têm gerado preocupação entre os idosos com mais de 60 anos. Essas alterações visam aprimorar a gestão do benefício, mas exigem atenção dos beneficiários para evitar a suspensão ou o corte dos pagamentos.

O BPC é um benefício assistencial que garante um salário mínimo mensal a idosos com 65 anos ou mais e a pessoas com deficiência de qualquer idade, desde que a renda familiar per capita seja inferior a um quarto do salário mínimo. Diferentemente de outras aposentadorias, o BPC não requer contribuição prévia ao INSS.
Em 30 de dezembro de 2024, foi sancionada uma lei que endurece as regras do BPC, visando aprimorar a gestão e assegurar que o benefício seja destinado a quem realmente necessita. Entre as principais mudanças, destaca-se a exigência de atualização periódica dos dados no Cadastro Único (CadÚnico). Beneficiários que não atualizarem suas informações por mais de quatro anos poderão ter o benefício suspenso até regularizarem sua situação.
Impacto das novas regras para idosos 60+
Embora o BPC seja destinado a idosos a partir de 65 anos, as novas regras também afetam aqueles com mais de 60 anos que estão próximos de se tornarem elegíveis. É fundamental que esses indivíduos mantenham seus dados atualizados no CadÚnico para garantir o acesso ao benefício assim que atingirem a idade mínima.
Além disso, a revisão do BPC busca identificar possíveis irregularidades nos pagamentos. Em outubro de 2024, o governo federal anunciou a realização de perícias em beneficiários do auxílio por incapacidade temporária, com o objetivo de economizar recursos e direcioná-los adequadamente.
Mesmo com os rumores de que 800 mil idosos perderiam seus benefícios, o governo esclareceu que esse número se refere às perícias planejadas e não implica necessariamente no corte dos pagamentos.
Como evitar cortes no benefício?
Para garantir a continuidade do BPC, os beneficiários devem:
-
Manter o CadÚnico atualizado: A atualização deve ser feita a cada dois anos ou sempre que houver mudanças na composição familiar, endereço ou renda.
-
Atentar-se às convocações do INSS: O Instituto Nacional do Seguro Social pode convocar beneficiários para revisões ou perícias. É essencial comparecer nas datas agendadas para evitar a suspensão do benefício.
-
Consultar regularmente o extrato de pagamento: Verificar periodicamente o status do benefício pode ajudar a identificar possíveis problemas e solucioná-los rapidamente.
As novas regras do BPC buscam aprimorar a gestão do benefício e assegurar que ele seja destinado a quem realmente necessita. No entanto, é fundamental que os idosos com mais de 60 anos fiquem atentos às exigências, mantendo seus dados atualizados e cumprindo as determinações do INSS. Dessa forma, poderão garantir a continuidade do benefício e evitar cortes indesejados em sua renda.
Critérios de renda para aquisição do BPC
O BPC 2025 trouxe uma mudança significativa no direcionamento de renda per capita familiar, alinhando-o ao valor do salário mínimo. Com o novo valor de R$ 1.518, a renda por membro da família não pode ultrapassar R$ 379,50 para manter o auxílio.
Esse ajuste de R$ 379,50 corresponde a 1/4 do salário mínimo e tornou-se um dos critérios mais importantes para garantir a continuidade do benefício. A medida visa garantir que o BPC seja destinado a famílias em situação de maior vulnerabilidade.
O BPC 2025 também trouxe flexibilizações para casos especiais. Quando a renda familiar ultrapassa o limite previsto, mas há despesas significativas com saúde ou outras necessidades essenciais, o beneficiário pode solicitar uma reavaliação.
Para essa reavaliação, é preciso apresentar documentos que comprovem a situação de vulnerabilidade, como laudos médicos, recibos de despesas com saúde e comprovantes de renda familiar. Essas alterações visam garantir que o benefício chegue a quem realmente precisa, evitando distorções no programa e ampliando o acesso às pessoas em situações de maior fragilidade.
Inscrição no CadÚnico é obrigatória para titular do BPC
O BPC 2025 trouxe mudanças significativas, incluindo o fortalecimento da obrigatoriedade do Cadastro Único (CadÚnico) para todos os beneficiários. Agora, o registro no CadÚnico é essencial para manter o benefício ativo, permitindo ao governo monitorar a situação socioeconômica das famílias.
O CadÚnico é uma plataforma que centraliza dados sobre famílias de baixa renda no Brasil, fornecida de base para a concessão de diversos programas sociais, como o Bolsa Família. A inscrição deve ser realizada em um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e atualizada a cada dois anos ou quando houver mudanças importantes.
Os beneficiários do BPC 2025 que não estiverem regularizados no CadÚnico correm o risco de ter o pagamento suspenso até que a situação seja corrigida.