Urgente! INSS tem 180 dias para corrigir erro nos salários do BPC

SALESóPOLIS, SP — O TCU (Tribunal de Contas da União) notificou o INSS (Instituto Nacional Seguro Social) para que corrija o salário de 6,3% dos inscritos no BPC (Benefício de Prestação Continuada). O motivo é que eles receberam um valor superior ao autorizado por lei. 

inss
Urgente! INSS tem 180 dias para corrigir erro nos salários do BPC
(Foto: Jeane de Oliveira/FDR)

O TCU deu o prazo de 180 dias, ou seja, 6 meses para que o INSS corrija os erros na liberação de salário do BPC. Entre os motivos, segundo o Tribunal, o Instituto estaria pagando valores em nome de beneficiários que já faleceram.

E ainda, concedendo salário para quem já é titular de outros auxílios. Para receber um salário mínimo por mês pelo BPC é necessário atender a requisitos como:

  • Estar inscrito no Cadastro Único;
  • Ter renda familiar de no máximo 1/4 do salário mínimo por pessoa;
  • Ser idoso com mais de 65 anos; ou
  • Pessoa com deficiência que o torne incapaz de trabalhar.

Erros encontrados nos pagamentos do BPC 

De acordo com a apuração do TCU nos pagamentos feitos por meio do BPC, foram encontrados erros como:

  • 6,3% dos beneficiários apresentam uma renda superior ao limite estabelecido por lei, ou seja, mais do que 1/4 do salário mínimo por pessoa;
  • 6.701 casos de acumulação indevida do BPC com outro benefício;
  • 12,6% omitindo membros familiares (margem de erro de 1,4%);
  • 15,9% apresentando discrepâncias de endereço (margem de erro de 1%);
  • 2.476 beneficiários possivelmente falecidos.

Os erros trazem prejuízos bilionários para os cofres do governo, são pelo menos R$ 5 bilhões desviados por ano ao pagar o BPC para quem tem renda acima do permitido. 

“Essas situações podem levar a pagamentos indevidos e comprometem a capacidade do sistema de avaliar com precisão a elegibilidade dos beneficiários”, disse o ministro Antônio Anastasia do TCU, em seu voto, segundo O Globo

INSS e MDS afirmam que estão tomando todas as providências 

Logo após o pedido do TCU para que o INSS tome providências enquanto aos pagamentos feitos de forma indevida, o Instituto e o MDS (Ministério do Desenvolvimento Social) afirmaram que as atitudes já foram tomadas

De acordo com o MDS, ações tomadas resultaram na suspensão de 109.447 benefícios irregulares e na atualização de mais de 1 milhão de cadastros.

Entre as medidas tomadas pelo INSS e MDS estão:

  • revisão de benefícios que estão sem inscrição no CadÚnico ou desatualizados há 48 meses;
  • obrigatoriedade de biometria para liberação do BPC. 

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com