SALESóPOLIS, SP — O preço dos alimentos tem aumentado nos últimos meses, como é de conhecimento de todos. Os estudos mostram que os valores ainda devem subir em 2025, o que tem preocupado principalmente as famílias que vivem em condição de baixa renda.
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No dia 16 de fevereiro o resultado de uma pesquisa da Quaest mostrou que 8 a cada 10 brasileiros perceberam a alta de preço dos alimentos, com pouca distinção para as classes sociais. Ou seja, pobres e ricos notaram que as compras ficaram mais caras.
Dentre os produtos que sofreram uma alta nos últimos tempos estão o cacau, matéria-prima para o chocolate, o ovo, o café e o azeite, e que são mais comuns na mesa dos brasileiros. Logo, o seu aumento de preços tem impacto direto nos orçamentos.
Há expectativa de uma desaceleração dos preços dos alimentos para este ano, mas ainda sem data para começar.
“Os preços de carnes tendem a desacelerar até o final do ano, menos impactados pela reversão no ciclo de abate do gado e pelo avanço das exportações”, aponta o documento emitido pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda.
Por que o valor dos alimentos subiu tanto em 2024?
De acordo com uma análise feita pelo Copom (Comitê de Política Monetária), dentre outros, os fatores que influenciam no aumento de preços para os alimentos, estão:
- a estiagem (seca) observada ao longo do ano passado;
- a elevação de preços de carnes, também afetada pelo ciclo do boi;
- a alta do dólar.
Em dezembro do ano passado, cinco dos nove grupos pesquisados pelo IBGE apresentaram alta no IPCA-15.
- Alimentação e bebidas: 1,47%;
- Habitação: -1,32%;
- Artigos de residência: -0,52%;
- Vestuário: 0,34%;
- Transportes: 0,46%;
- Saúde e cuidados pessoais: -0,05%;
- Despesas pessoais: 1,36%;
- Educação: 0,00%;
- Comunicação: 0,08%.
“Para 2025, espera-se uma melhora nas condições climáticas, o que pode favorecer a recuperação dessas safras e contribuir para a estabilização ou redução dos preços desses produtos”, avaliou o economista Otto Nogami, professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) para o Correio Braziliense.
Por que as famílias de baixa renda sentem mais o aumento de preço dos alimentos?
Os motivos pelos quais as famílias de baixa renda sentem mais o aumento de preço dos alimentos é obvio: elas possuem menos rendimento.
Além disso, normalmente em uma família mais pobre há apenas uma pessoa que fica responsável por trazer a renda para casa. Logo, o preço dos serviços básicos como alimentação, energia, água e até mesmo lazer, pesam mais para esse público.