Dados sobre o Bolsa Família levam o programa a ser alvo de uma investigação detalhada e questionamento por parte de beneficiários e autoridades.
Com base nos dados públicos que o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), disponibiliza à população 20.5 milhões de famílias estão em situação de pobreza.
Abaixo do gráfico de pobreza, o número de 20.4 milhões de beneficiários do Bolsa Família apresenta certo alívio à população mais vulnerável.
No entanto, na prática, uma discrepância têm chamado a atenção. Alguns estados têm apresentado número de beneficiários acima da estimativa da pobreza para a região.
Dados sobre o Bolsa Família ─ IPEA
Como os dados são públicos, você pode consultá-los através do portal de aplicações do governo.
Conforme aponta o relatório da Taxa de Cobertura das Famílias do Bolsa Família, a partir da PNADC e Censo Demográfico 2022: o percentual de cobertura das Famílias beneficiárias do PBF é de 99,67%.
O número, sem dúvida, é impressionante e mostra a eficácia do programa, mas vem acompanhado de algumas questões.
Entretanto, as chamadas “subcobertura” e “sobrecobertura” ganharam atenção. Afinal, estes parâmetros revelam que algumas regiões apresentaram um número de beneficiários maior do que o de pessoas em situação de pobreza.
Subcobertura e sobrecobertura do Bolsa Família ─ por estado
🔎 Subcobertura é quando menos famílias estão sendo beneficiadas pelo Bolsa Família do que o estimado.
O maior destaque neste ponto vai para o estado de Rondônia que apresenta um número de cobertura de 84,80%. Entre outros estados com subcobertura estão:
- Acre ─ 91,07%;
- Bahia ─ 91,34%;
- Roraima ─ 92,33%.
🔎 Sobrecobertura é a situação em que mais famílias estão recebendo do que o previsto para a região.
Aqui fica um verdadeiro ponto de questionamento, principalmente com o Rio Grande do Sul apresentando 122,24% de cobertura do PBF. Outros estados com sobrecobertura são:
- Mato Grosso ─ 114,44%;
- Rio de Janeiro ─ 114,29%;
- Amapá ─ 112,69%.
Um alerta contra fraudes?
A resposta do governo é o maior rigor nas fiscalizações, focando, sobretudo, as regiões com sobrecobertura.
Embora, seja um alerta para possíveis fraudes, há dois pontos que também contribuem para a criação de um cenário de sobre e subcobertura:
- Falta de informações precisas ─ muitas famílias ainda podem ser contabilizadas de forma incorreta no CadÚnico;
- Defasagem nas estimativas ─ o levantamento mais recente da pobreza no Brasil, se baseia em dados de 2022.