SALESóPOLIS, SP — Quando assumiu a presidência do país Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sabia que tinha um grande desafio para enfrentar: a fila de espera do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Porém, o problema se tornou ainda maior do que antes do seu mandato.
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(Foto: Jeane de Oliveira/FDR)
Os dados mais recentes divulgados pelo Ministério da Previdência Social são de novembro de 2024. Nesse período o número de pedidos em análise pelo INSS chegou a 1,985 milhão, o maior nível desde o início de 2020.
No governo de Jair Bolsonaro (PL) a fila de espera já era um problema que não conseguiu ser resolvido. Um dos motivos, conforme o próprio ministro da Previdência, Carlos Lupi, explicou é que mensalmente milhares de novos pedidos são encaminhados.
Por conta disso, a fila nunca termina. Porém, o governo também tem dificuldade em conseguir diminuir o total de requerimentos que aguardam avaliação. São trabalhadores que estão na expectativa de receber ou não o benefício desejado.
O que explica o aumento da fila de espera do INSS?
Questionados pela Folha de S. Paulo, o Ministério da Previdência Social enviou uma nota listando os motivos pelos quais a fila de espera do INSS tem crescido acima do habitual.
Entre as razões foram inclusos:
- Greve dos peritos do INSS, em que diminuiu as avaliações médicas nas agências;
- Aumento no número de pedidos mensais, passando a receber, em média, 1,4 milhão de solicitações em 2024, enquanto em 2023 os números ficavam abaixo de 1 milhão;
- Pedidos duplicados (feitos mais de uma vez), ou solicitação de análise administrativa do INSS, quando o primeiro pedido já foi negado.
O tempo médio de liberação da resposta (descontando o tempo de espera por documentos do segurado) também subiu. De 34 dias em julho em 2024, o dado já havia escalado para 39 dias em setembro.
Porém, há regiões em que esses números são ainda maiores. No Nordeste, por exemplo, as pessoas chegam a esperar por pelo menos 66 dias para obter uma resposta.
Além da má impressão que a fila do INSS passa para o governo Lula, influenciando na reprovação do presidente, os requerimentos atrasados também pesam no bolso da União. Já que quanto mais demora para aprovar, mais chances de pagar pelos “atrasados”.