Adeus tarifas baixas! Fusão entre Gol e Azul pode encarecer passagens; entenda

Uma possível fusão entre a Gol e Azul tem preocupado os brasileiros, pois existe a possibilidade de que as passagens aéreas fiquem mais caras. As negociações já estão em avanço entre as duas empresas. No entanto, essa novidade já acende um sinal de alerta.

É real, a fusão entre a Gol e Azul está em andamento, inclusive com um memorando de entendimento já assinado. Isso não significa que a junção das duas companhias aéreas já aconteceu, mas sinaliza para a possibilidade de que isso ocorra. Para especialistas essa união pode aumentar o preço das passagens aéreas.

Unidas elas seriam responsáveis por 60% do mercado aéreo brasileiro, o que dificultaria a entrada de novas companhias.

A especialista Lila Cunha, colaboradora do FDR, comenta sobre um assunto importante, o transporte de pets nos aviões.

Fusão da Gol e Azul

No dia 15 de janeiro as empresas divulgaram um memorando ao mercado financeiro, segundo ele, a fusão depende apenas da recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos, já prevista para abril deste ano.

Caso as duas empresas realmente se unam, a nova empresa terá uma admiração formada por:

  • Três conselheiros da Abra, holding por trás da Gol e a Avianca;
  • Três da Azul;
  • Três conselheiros independentes.

O presidente da nova companhia aérea será indicado pela Abra e o diretor-executivo (CEO) será indicado pela Azul. A expectativa é de que o CEO da Azul, John Rodgerson, assume a presidência da nova empresa logo após a aprovação da fusão pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

A previsão é de que essa fusão seja aprovada pelos órgãos apenas em 2026, até lá os conselhos das companhias seguem fazendo as negociações necessárias. Durante elas serão definidos os percentuais de participação exatos de cada companhia.

Adeus tarifas baixas! Fusão entre Gol e Azul pode encarecer passagens; entenda
(Imagem:  Jeane de Oliveira/ FDR)

Como será a fusão da Gol e Azul?

A previsão é de que as marcas Gol e Azul continuem existindo, segundo o portal Agência Brasil. A grande diferença seria o compartilhamento das aeronaves e o fato de uma companhia poder assumir o voo da outra e com isso aumentar a ligação entre vários destinos.

Nas negociações estarão envolvidos apenas os ativos já disponíveis, sendo assim, nenhum outro investimento será feito. Além disso, a Azul deve continuar comprando aviões da Embraer e tratando de voos internacionais.

O memorando ainda define que a soma alavancagem (uso de recursos de terceiros para multiplicação dos investimentos da empresa) das empresas não poderá ser maior que a da Gol após a recuperação judicial.

Aumento do preço das passagens aéreas

O portal G1 ouviu o economista e professor, José Roberto Afonso, do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP). Segundo ele, essa junção das companhias aéreas pode aumentar as tarifas.

Isso aconteceria exatamente por causa desse endividamento das empresas, com uma passando pela recuperação judicial nos EUA.

“Se você quer fazer um ajuste sem mudar o capital das empresas, o ajuste operacional significaria você conseguir vender as mesmas passagens por um valor mais caro porque você tem os mesmos aviões, os mesmos assentos e, no caso dessas duas empresas, uma dívida, principalmente em dólar, muito alta”, explicou o economista ao G1.

E pior, se as empresas aumentarem o preço das passagens, a Latam poderia ser puxada para um reajuste também. O professor chama define esse movimento como “coordenação tácita”.

De forma simples, é como se a empresa precisasse se adaptar para seguir na concorrência. Até porque com a fusão a Gol e Azul representariam mais da metade do mercado aéreo.