As novas regras do Pix, que começaram a valer no dia 1º de janeiro, trouxeram mudanças significativas para o sistema de pagamentos instantâneos mais usados no Brasil. Segundo o Banco Central, o Pix é utilizado por 76,4% da população, superando o cartão de débito (69,1%) e o dinheiro (68%).
Com a fiscalização mais rigorosa da Receita Federal, muitos pequenos empresários têm reconsiderado o uso do Pix em suas transações. As novas exigências podem alterar a preferência dos brasileiros por essa modalidade de pagamento, que então até vinha liderando o mercado.
As novas regras do Pix geraram preocupação entre pequenos empresários, comerciantes e profissionais autônomos. Apesar de a Receita Federal afirmar que as mudanças não geram novos impostos ou aumentam a carga tributária, o objetivo declarado é ampliar a identificação de possíveis casos de sonegação fiscal.
Com as alterações, transações via Pix que ultrapassem R$ 5 mil por mês para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas passam a ser monitoradas. Muitas empresas ainda não compreendem o impacto desses novos critérios, o que causa incerteza sobre os reflexos em seus negócios.
Como as novas regras do PIX impactam os empreendedores?
As novas regras do Pix têm causado preocupação entre pequenos empreendedores, como o proprietário de uma oficina mecânica em Brasília. De acordo com entrevista concedida à Veja, com um faturamento diário que pode ultrapassar R$ 1.000, ele sente os impactos do monitoramento, mais especificamente sobre transações financeiras.
“Ninguém vai escapar se for feita uma fiscalização”, afirma o mecânico, que já planeja investimentos em dinheiro para evitar o uso do Pix. Ele explica que, frequentemente, movimentações altas ao comprar peças para clientes em seu nome, prática comum para obter descontos e comissões em lojas de autopeças.
O dono de uma empresa de aluguel de equipamentos para eventos revelou que já agendou uma reunião com seu contador para avaliar os impactos fiscais, especialmente porque muitos de seus fornecedores informam receber pagamentos via Pix.
Com o faturamento mensal que pode ultrapassar os R$ 100 mil, o empresário está preocupado com as exigências da Receita Federal. “Não estou conseguindo dormir por causa dessas regras do Pix”, desabafou, destacando a incerteza sobre como adaptar seus negócios às novas exigências.