O salário mínimo de 2025 teve um reajuste de 7,5%, passando de R$ 1.412 para R$ 1.518. Essa mudança impacta diversos programas federais e também altera os vencimentos de quem recebe o piso nacional, incluindo aposentadorias, seguro-desemprego e abono salarial, que foram ajustados na última quarta-feira, 1º de janeiro.
O decreto que oficializa o novo valor foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 30 de dezembro. Embora o aumento tenha sido significativo, ficou abaixo das expectativas iniciais, devido à política de valorização do salário mínimo de 2025, que limita o incremento real a 2,5% acima da inflação, conforme o arcabouço fiscal.
Benefícios impactados pelo salário mínimo de 2025
INSS
Para os aposentados que recebem valores superiores ao piso, o ajuste será feito com base no INPC, que registrou uma alta de 4,84% no acumulado dos últimos 12 meses até novembro. Veja abaixo, os valores dos benefícios do INSS baseados no salário mínimo 2025:
Faixa salarial |
2024 |
2025 |
---|---|---|
Faixa 1 (salário mínimo) |
R$ 1.412 |
R$ 1.508,66 |
Faixa 2 |
R$ 1.555 |
R$ 1.616,89 |
Faixa 3 |
R$ 2.074,20 |
R$ 2.155,86 |
Faixa 4 |
R$ 2.592,75 |
R$ 2.694,82 |
Faixa 5 |
R$ 3.111,30 |
R$ 3.233,79 |
Faixa 6 |
R$ 3.629,85 |
R$ 3.772,75 |
Faixa 7 |
R$ 4.148,40 |
R$ 4.311,71 |
Faixa 8 |
R$ 4.666,95 |
R$ 4.850,68 |
Faixa 9 |
R$ 5.185,50 |
R$ 5.389,64 |
Faixa 10 |
R$ 5.704,05 |
R$ 5.928,61 |
Faixa 11 |
R$ 6.222,60 |
R$ 6.467,57 |
Faixa 12 |
R$ 6.741,15 |
R$ 7.006,54 |
Faixa 13 |
R$ 7.259,70 |
R$ 7.545,50 |
Faixa 14 |
R$ 7.778,25 |
R$ 8.084,47 |
Faixa 15 (teto) |
R$ 7.786,02 |
R$ 8.092,54 |
Seguro-desemprego
O salário mínimo de 2025 também terá impacto no valor do seguro-desemprego, que será reajustado conforme o novo piso. A medida acompanha o aumento do mínimo, refletindo diretamente no benefício. No entanto, o Governo Federal está avaliando possíveis mudanças nas regras do seguro-desemprego, o que pode alterar as condições de acesso e o valor do benefício no futuro.
BPC
O salário mínimo de 2025 também impacta o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que é destinado a idosos acima de 65 anos e pessoas com deficiência que não podem trabalhar. A partir do novo valor, a renda per capita familiar não pode ultrapassar R$ 759, equivalente a 25% do piso nacional. Esse critério de renda per capita é uma das condições para garantir o recebimento do BPC, mantendo o benefício acessível às famílias em situação de vulnerabilidade.
Abono salarial
O salário mínimo de 2025 também influencia os pagamentos do PIS/Pasep, que começam em 17 de fevereiro e serão realizados em sete lotes, com término previsto para 15 de agosto. O valor do benefício é calculado de forma proporcional ao tempo de serviço do trabalhador no ano-base.
A quantia a ser recebida é definida pelo número de meses trabalhados, multiplicado por 1/12 do valor do salário mínimo vigente no momento do pagamento. Estima-se que cerca de 25,8 milhões de trabalhadores sejam beneficiados, totalizando R$ 30,7 bilhões, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego.
Cadastro Único
O salário mínimo de 2025 também altera a renda mínima para os beneficiários do Cadastro Único (CadÚnico). Antes, até 2024, o valor era de R$ 706 por pessoa. Com o reajuste do piso nacional, a partir de 2025, essa quantia passará para R$ 759, o que corresponde a meio salário mínimo.
MEI
O salário mínimo de 2025 também impacta os microempreendedores individuais (MEIs), que terão uma alteração no valor de contribuição ao INSS. A partir de quarta-feira, o valor será de R$ 75,90, equivalente a 5% do piso nacional. Antes, os MEIs pagavam R$ 70,60 de contribuição, mas com o reajuste do salário mínimo, o valor da contribuição também será ajustado.
Como o reajuste do salário mínimo de 2025 é calculado?
O salário em 2025 será ajustado com base na inflação acumulada ao longo do último ano, utilizando o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Este índice mede a variação do custo de vida para famílias com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos. A previsão da Genial Investimentos aponta uma inflação de 3,94% para este ano, enquanto a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda estima um aumento de 3,25%.
Esses dados refletem como os preços afetam mais diretamente os grupos de baixa renda, que frequentemente gastam seus recursos em itens essenciais como transporte, alimentação e medicamentos, conforme o IBGE.