Secas elevam preço do café e impactam alimentos básicos; veja o que vai ter aumento

O preço do café é diretamente impactado pelas mudanças climáticas, que trazem desafios crescentes para os cafeicultores brasileiros. Ondas de calor intensas, longos períodos de seca e a política de segurança estão devastando o trabalho, afetando a produção e elevando os custos.

Secas elevam preço do café e impactam alimentos básicos; veja o que vai ter aumento. Imagem: Jeane de Oliveira/FDR

O cultivo deste grão, por ser perene, depende de condições climáticas adversas para prosperar. Entre setembro e novembro, período crucial da florada, a seca e o calor podem provocar o aborto floral, alterando a formação de grãos e pressionando o preço do café no mercado.

Com a alta vulnerabilidade do café às mudanças climáticas, especialistas alertam que é essencial investir em tecnologias e práticas sustentáveis ​​para mitigar os impactos e garantir a estabilidade da produção no futuro. O preço do café enfrenta pressão crescente devido às dificuldades na produção, especialmente em estados tradicionais como São Paulo e Minas Gerais, que já começaram a perder áreas de plantio. A combinação de estiagens prolongadas e temperaturas elevadas ameaça a sustentabilidade do cultivo.

Como a alta no preço do café impacta a economia brasileira?

Segundo a Conab, a produtividade nacional de café caiu 1,9% em relação a 2023, contrariando as expectativas iniciais de crescimento. Esse cenário reflete diretamente no preço do café, que tende a subir diante da menor oferta no mercado.

Os impactos vão além do setor agrícola, afetando a economia brasileira como um todo. O café, responsável por gerar negócios e movimentar pequenas empresas, é um pilar estratégico que exige atenção para enfrentar os desafios climáticos.

O preço do café reflete a posição do Brasil como líder mundial na produção do grão, com Minas Gerais contribuindo com mais da metade da safra nacional. Em 2023, o estado colheu mais de 1,7 milhão de toneladas, segundo o IBGE, enquanto o consumo global ultrapassa 9 milhões de toneladas anuais, conforme dados do FDA.

Nos últimos 20 anos, o consumo global de café cresceu mais de 50% e deve continuar aumentando, acompanhando o crescimento populacional, que pode chegar a 9,9 bilhões até 2054. Essa demanda crescente pressionou ainda mais o preço do café, especialmente diante da redução de áreas de cultivo.

Com as mudanças climáticas dificultando a produção, muitos agricultores podem abandonar o cultivo, reduzindo a oferta do grão. Esse cenário torna o futuro da bebida incerto, com preços possivelmente menos acessíveis para os consumidores.

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Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.
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